Rússia intensificará cooperação com a América Latina, diz nova concepção da política externa do país


Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou nesta sexta-feira (31) durante uma reunião com os membros do Conselho de Segurança do país ter assinado um decreto que aprova a nova concepção da política externa russa.
“Peço a Sergei Viktorovich Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo, que informe sobre suas disposições mais importantes”, solicitou ele.

“Como recurso crucial, está se consolidando um curso para desbloquear o potencial de parceria estratégica com nossos grandes vizinhos: a República Popular da China, a República da Índia, os países do mundo islâmico, assim como com os Estados da ASEAN, do continente africano, da América Latina e do Caribe”, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, durante o encontro virtual.

O novo documento da política externa russa prevê que a Rússia desenvolverá a cooperação em todas as esferas com aliados e parceiros e permitirá “prevenir às tentativas dos países hostis de obstruir tal cooperação”.
“A Rússia luta por um sistema de relações internacionais que garanta segurança confiável, preserve sua identidade cultural e civilizacional e proporcione igualdade de oportunidades de desenvolvimento para todos os Estados“, indica seu texto.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, durante um briefing sobre controle de armas e estabilidade estratégica no Rossiya Segodnya International Multimedia Press Center, em Moscou. - Sputnik Brasil, 1920, 10.03.2023

A relação da Rússia para com os outros países e organizações internacionais é definida dependendo de suas políticas serem construtivas, neutras ou hostis para com Rússia, rezam suas disposições.
Segundo Lavrov, na nova doutrina, em que os EUA são considerados os principais promotores da linha antirrussa, constata-se “um nível de tensão internacional sem precedentes na última década”.

“É reconhecida a natureza existencial das ameaças à segurança e ao desenvolvimento de nosso país criadas pelas ações dos Estados hostis. O principal iniciador e promotor da linha antirrussa é explicitamente nomeado: são os Estados Unidos da América e, em geral, a política do Ocidente, que visa o enfraquecimento total da Rússia e é descrita como uma guerra híbrida de um novo tipo”, afirmou o ministro.

Sergei Lavrov apontou que a Rússia não está se isolando do mundo ocidental e não tem sentimentos intrinsecamente hostis em relação a ele. Ao mesmo tempo, garante, a política de confrontação com Moscou não trará benefícios e terá respostas simétricas e assimétricas.
“A fim de ajudar a adaptar a ordem mundial às realidades de um mundo multipolar, a Rússia pretende dar prioridade à eliminação dos vestígios de dominação pelos EUA e outros Estados hostis nos assuntos mundiais, à criação de condições para que qualquer Estado abandone ambições neocoloniais e hegemônicas“, continua o documento.
Putin também deixou clara a necessidade de fortalecer a soberania da Rússia e reforçar sua capacidade de resolver os problemas mundiais no quadro de uma “ordem mundial mais justa e multipolar”.

“O Ministério das Relações Exteriores, em coordenação com a Administração Presidencial, o aparelho do Conselho de Segurança, o governo e muitos ministérios e departamentos, realizaram um trabalho extenso e detalhado para atualizar [a concepção de política externa da Rússia] adequá-la às realidades geopolíticas de hoje.”

Para ele, o resultado é um documento equilibrado, que constituirá a base das ações práticas a médio e longo prazo da Rússia, e agradeceu a “todos os que tomaram parte direta na elaboração da concepção”.

Fonte: sputniknewsbrasil

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