Conforme o presidente russo, Moscou e Pequim apoiam a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo a entrada de países do Sul Global no Conselho de Segurança, o principal órgão da entidade.
“Rússia e China apoiam a reforma da ONU para que ela restaure plenamente sua autoridade e reflita as realidades modernas. Em particular, defendemos tornar o Conselho de Segurança mais democrático, incluindo Estados da Ásia, da África e da América Latina. No entanto, qualquer reforma desse tipo deve ser conduzida com o máximo cuidado”, afirmou.
Putin afirmou ainda que ambos os países também são favoráveis a mudanças na estrutura do FMI e do Banco Mundial. “Estamos unidos na visão de que um novo sistema financeiro deve se basear na abertura e na verdadeira equidade, garantindo acesso igualitário e não discriminatório às suas ferramentas para todos os países e refletindo a real posição dos Estados-membros na economia global“, acrescentou.
Expectativas sobre o G20 na África do Sul
A Rússia espera que a presidência do G20 pela África do Sul consolide as conquistas do Sul Global, enfatizou Putin durante a entrevista. “Como resultado de seus esforços, esperamos consolidar as conquistas do Sul Global e estabelecê-las como base para a democratização das relações internacionais“, disse Putin.
Além disso, o líder russo afirmou que está em andamento um trabalho estreito com a China no âmbito do BRICS. “Estamos trabalhando de perto com a China dentro do BRICS para expandir seu papel como pilar fundamental da arquitetura global”.
Relações entre Rússia e China
Por fim, Putin classificou as relações estratégicas entre Rússia e China como fator de estabilidade não apenas na Eurásia, mas em escala global. Ambos os países têm visões semelhantes sobre questões internacionais cruciais, e a cooperação entre ambos nos temas de política e segurança será aprofundada.
“Como as duas principais potências da Eurásia, não podemos permanecer indiferentes diante dos desafios e das ameaças que afetam nosso continente e o mundo em geral. Essa questão é um foco constante do nosso diálogo político bilateral. O conceito russo de criação de um espaço comum de segurança igual e indivisível na Eurásia se aproxima bastante da Iniciativa de Segurança Global do presidente Xi Jinping”, declarou.
Em sua entrevista, Putin destacou também a agenda comercial entre os dois países, que atingiram um nível sem precedentes. Hoje, Moscou lidera as exportações de petróleo e gás para o mercado chinês, exemplificou.
Por fim, Vladimir Putin enfatizou que Moscou e Pequim compartilham a condenação a qualquer tentativa de distorcer a história da Segunda Guerra Mundial ou de glorificar nazistas, militaristas e seus colaboradores. O presidente russo alertou que tais práticas estimulam o neonazismo e o revanchismo, ameaçando a estabilidade internacional.
Xi Jinping: relações entre China e Rússia são as ‘mais estáveis e estrategicamente significativas’
Xi Jinping declarou esta semana que as relações entre Pequim e Moscou são as mais estáveis, maduras e estrategicamente significativas, em comparação com as relações entre grandes potências no mundo.
Durante sua reunião em Pequim com o presidente da Duma Estatal [Câmara Baixa do Parlamento russo], Viacheslav Volodin, Xi afirmou que promover de maneira constante o desenvolvimento dessas relações “responde aos interesses fundamentais dos povos de ambos os países” e representa “uma fonte de estabilidade e paz em todo o mundo”.
Xi Jinping reiterou que China e Rússia devem continuar com a amizade tradicional, aprofundar a confiança estratégica mútua, fortalecer os intercâmbios e a cooperação em todas as áreas, assim como trabalhar juntas para salvaguardar sua segurança e seus interesses de desenvolvimento, unir-se aos países do Sul Global, aderir ao multilateralismo e incentivar o desenvolvimento de uma ordem internacional que seja “mais justa e razoável”.
Fonte: sputniknewsbrasil