Roncar durante o sono afeta a qualidade do descanso e até mesmo dos relacionamentos. Cientistas suecos descobriram que, além dos prejuízos conhecidos, a apneia obstrutiva do sono pode estar relacionada ao maior risco de câncer.
A pesquisa contou com informações de aproximadamente 4.200 pacientes com apneia obstrutiva do sono – problema que ocasiona rápidas paradas respiratórias durante o descanso noturno e cujo sintoma mais comum é o ronco. Entre os voluntários, cerca de metade havia sido diagnosticada com algum tipo de câncer nos últimos cinco anos.
A pesquisa foi apresentado na segunda-feira (5/9), em uma conferência médica em Barcelona, na Espanha. “Já sabíamos que pacientes com apneia obstrutiva do sono têm maior risco de câncer, mas ainda não era evidente se isso tinha relação direta com o problema ou se era apenas relacionado a fatores de risco como obesidade, doenças cardiometabólicas e estilo de vida”, afirmou o professor Andreas Palm, um dos autores do estudo, em comunicado.
Metodologia
Conduzido por cientistas da Universidade de Upsala, na Suécia, o levantamento observou inicialmente a severidade da condição relacionada ao sono. Um dos testes mensurou o número de distúrbios respiratórios durante o sono e os classificou no índex de apneia e hipopneia (AHI); outro mediu quantas vezes os níveis de oxigênio no sangue caíram para 3% nos voluntários (índice de dessaturação do oxigênio, chamado de ODI).

Quando o assunto é qualidade do sono, é necessário implementar uma rotina saudável que garanta uma boa noite de descanso. Muitas vezes, a dificuldade para dormir ou acordar cedo, por exemplo, está relacionada aos hábitos cotidianos que devem ser corrigidos Getty Images

Uma noite de sono mal dormida interfere diretamente no humor e no desempenho das atividades do dia seguinte. Além disso, os níveis de irritabilidade, ansiedade e estresse podem aumentar significativamente Getty Images

Estudos mostram que o tempo ideal de horas de sono varia para cada pessoa, mas a média mundial é de seis a oito horas por noite. Durante o sono profundo, ocorre a liberação de hormônios importantes para a regulação do organismoGetty Images

Muitas pessoas têm sono ruim e nem percebem isso. Na dúvida, que tal adotar algumas técnicas conhecidas como “higiene do sono”?Getty Images

1. Crie uma rotina: procure deitar e levantar nos mesmos horários todos os dias, mesmo nos feriados e fins de semanaGetty Images

2. Durma um pouco mais cedo a cada dia: aproveite o período próximo ao fim das férias para dormir cerca de 30 minutos antes do horário que estava acostumado a ir para a cama a cada dia, até chegar no horário idealGetty Images

3. Levante-se se não conseguir dormir: saia da cama se tiver dificuldade de adormecer. Faça algo relaxante como respirar fundo, ouvir música suave ou ler um livro. Recomenda-se não ligar a televisão ou mexer no celular. Só retorne para a cama quando estiver sonolentoGetty Images

4. Cama é para dormir: nunca use a cama para estudar, ler, ver TV, ficar no computador ou no celular. O corpo precisa entender que aquele é um ambiente de relaxamentoGetty Images

5. Mantenha o quarto escuro: ter um quarto completamente escuro, sem luminosidade externa ou luzes de aparelhos eletrônicos facilita o sonoGetty Images

6. Evite cochilos: limite cochilos diurnos a menos de uma hora de duração e até as 15h, para não prejudicar o sono da noiteGetty Images

7. Evite alimentos e bebidas estimulantes entre quatro e seis horas antes de deitar. Na lista entram chocolate, café, refrigerantes, chás do tipo preto, verde, mate e chimarrão Getty Images

8. Evite fazer exercícios físicos de alta intensidade nas três horas antes do horário programado para deitar. Eles podem deixar a pessoa muito alerta e atrapalhar o sonoGetty Images

9. Diminua o ritmo: separe de 15 a 30 minutos antes de deitar para relaxar e diminuir o ritmo. Desligar-se de estímulos externos ajuda a sinalizar o cérebro de que é hora de dormirGetty Images

10. Evite bebidas alcoólicas e cigarro: eles também prejudicam o padrão do sonoGetty Images
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Os resultados revelaram que pacientes com câncer geralmente tinham mais interrupções durante o sono, com a média de 32 no indicador AHI comparado a 30 no grupo controle. O índice de dessaturação de oxigênio também foi maior entre pacientes com câncer, com ODI de 28 em comparação a 26 dos participantes saudáveis.
Apesar de os dados observados serem indicadores inéditos da relação entre o distúrbio do sono e o maior risco de tumores, os autores afirmam que a pesquisa usou o método de observação, ou seja, a partir das informações obtidas não está constatado que a apneia causa câncer, mas que há uma relação entre os dois problemas de saúde.
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