Um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgado nesta semana revelou que o número de pontos críticos nas rodovias federais brasileiras cresceu em 2023. Ao todo, foram identificados 2.648 pontos graves na malha rodoviária, 38 a mais que em 2022 — aumento de 1,5%.
Esses pontos críticos levam em consideração, principalmente, quedas de barreiras, erosões na pista, buracos grandes nas vias (com tamanho igual ou maior que um pneu de veículo de passeio) e pontes estreitas ou caídas. Basicamente, são situações que tornam a movimentação rodoviária mais perigosa para os motoristas, com sérios riscos à segurança de todos de trafegam pelo local.
Regiões com ocorrência de buracos grandes lideram o número de casos, com 1.803 registros, sendo que, no ano passado, 99% deles não tinham qualquer tipo de sinalização para alertar os motoristas.
No histórico de 11 anos de análise de pontos críticos da CNT, a contagem de trechos com buracos grandes saltou de 64, em 2012, para 1.803, em 2023. O aumento de quedas de barreira também foi expressivo no mesmo período: passou de 20, em 2012, para 207, no ano passado. O mesmo ocorreu com as erosões na pista: saltando de 162 para 504 neste intervalo de pouco mais de uma década.
Os três estados que tiveram os maiores números de pontos críticos em 2023 foram: Minas Gerais (383), Acre (374) e Maranhão (258). Levando-se em conta o total de pontos críticos em relação à extensão da rodovia pesquisada pela CNT, a Região Norte lidera.
O Acre contabiliza 27 pontos críticos a cada 100 km. Em segundo e terceiro lugares estão os estados de Roraima e do Amazonas, nos quais o motorista pode encontrar 11 pontos críticos a cada 100 km.
Dos cinco estados sem nenhum ponto de rodovia considerado ótimo, quatro também estão na Região Norte. Além dos três já citados, o Amapá entra na lista. A exceção é o Sergipe, que fica na Região Nordeste. Para conferir em detalhes a situação de cada um desses estados, clique aqui.
A CNT estima que sejam necessários R$ 4,9 bilhões de investimentos para a resolução dos problemas de 2023 apontados acima. Desse total, 38,5% devem ser destinados à correção de quedas de barreiras e 21,7% à adequação ou reconstrução de pontes estreitas.
Levando em consideração as melhorias emergenciais de modo geral, como reconstrução, restauração e manutenção dos trechos da malha rodoviária federal que apresentam problemas, a estimativa é que seja necessário gastar R$ 46,8 bilhões para melhorar a segurança. Ao todo, 67,5% das rodovias brasileiras não estão em boas condições de uso.
A pesquisa analisou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas durante todo o ano de 2023 no Brasil, sendo 67.659 quilômetros da malha federal (BRs) e 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais. De toda a extensão classificada, 41,4% é regular, 20,3% é ruim e 5,8% é péssimo. Apenas 7,9% estão como ótimo e 24,6% como bom.
Os percentuais totais mencionados na matéria (67,5%) demonstram uma relativa alta no que a CNT classifica como Estado Geral, por se tratar de todo o território nacional. Em comparação com os resultados de 2022, 66% eram classificadas como regular, ruim ou péssimo — 1,5% a menos.
A classificação do Estado Geral compreende três principais características da malha rodoviária: pavimento, sinalização e a geometria da via. Levam-se em conta variáveis como condições das placas, acostamento, curvas e pontes.
Em 2023, a avaliação específica de regular, ruim e péssimo dessas características são: 56,8% (pavimento), 63,4% (sinalização) e 66% (geometria da via). Percentuais que também ficaram próximos aos dos registrados no ano retrasado: 55,5%, 60,7% e 63,9%, respectivamente.
O estudo mostra que as rodovias públicas, que representam 76,6% da extensão pesquisada em 2023, apresentam percentuais maiores de avaliações negativas (77,1%). Já entre as rodovias concessionadas, que representam 23,4% da extensão pesquisada em 2023, ao todo 64,1% da malha são classificadas como boa e ótima.
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Fonte: direitonews