MARINA LOURENÇO
RIO DE JANEIRO, RJ – O look que marcou a nona edição do Rock in Rio é composto por brilhos que dispensam a exuberância, mas se mantêm em evidência. Transparentes, tecidos pretos reluzentes dominaram o festival, que aconteceu entre os dias 2 e 11 deste mês.
Com um line-up diverso, que vai dos metaleiros do Iron Maiden à estrela pop Dua Lipa, o festival contou com roupas e acessórios de estilos diferentes, mas o grande destaque ficou mesmo reservado para as calças e os bodies escuros preenchidos por adereços cintilantes.
O visual até chega a beber do “dopamine dressing” –tendência em que estampas chamativas remetem a sensações como felicidade, prazer e êxtase–, mas passa longe da explosão de cores dessa estética. Em vez disso, dá vida ao pretinho básico, incrementando a ele certa exuberância.
Além disso, um tom sexy e despojado também era perceptível, já que em todo canto do evento era possível ver tecidos transparentes como tule ou laise.
Mas, ao contrário do que rolou no Lollaplooza deste ano, o público do Rock in Rio que apostou na seminudez aposentou os conjuntinhos de estilo tie-dye psicodélico. Agora, o guarda-roupa estava bem mais discreto, com adereços delicados que remetem a cristais.
O brilho com transparência é um visual que, desde o fim do isolamento social, tem ganhado as ruas e passarelas pelo mundo. Grifes como a Coperni, Bottega Veneta e Valentino já apostaram em looks do tipo neste ano.
O primeiro dia do Rock in Rio de 2022, talvez, seja o que mais destoou da fórmula brilhante da edição. Munhequeiras, estampas xadrez, meias arrastão, calças rasgadas, veludo, couro e incontáveis camisetas de banda foram a maioria fashion da data, que tinha bandas como Sepultura e Gojira na programação.
Já no dia seguinte, o clima era outro e havia várias pessoas com visual mais pop e brilhante. Ainda assim, foi um dia voltado a calças e blusões largos –reflexo do trap e rap que dominaram os palcos.
Foi só no terceiro dia que o principal look da edição apareceu com mais ênfase. Também já era possível encontrar roupas extravagantes com mais facilidade, como o rosa-choque do estilo Barbiecore –tendência fashion que teve espaço no evento, mas ficou ofuscada pelo preto reluzente.
É como se o público do primeiro Rock in Rio pós-isolamento estivesse a fim de esbanjar um glamour discreto.