Risco de retração econômica global ‘derruba’ cotações do petróleo


Em que pese o temor global de alastramento do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas na região, as cotações futuras do petróleo registraram queda, na sessão dessa quarta-feira (11), traduzindo uma ‘mudança de foco’ do mercado, da restrição de oferta pela Opep pelo risco de desaceleração da economia global, com posterior redução da demanda pela commodity, em decorrência da nova guerra no Oriente Médio.

Como reflexo desses fatores, o petróleo tipo WTI (referência ianque) negociado, para outubro próximo, na New York Mercantile Exchange (Nymex) apresentou recuo de 2,88% (menos US$ 2,48) a US$ 83,49 o barril, ao passo que o tipo Brent (referência global) para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 2,08% (menos US$ 1,83), a US$ 85,82 o barril.

Em compasso com indícios de que o conflito israelense-palestino, até o momento, não teria ‘se espraiado’ na região, a percepção dos investidores é de que a ‘trajetória de crescimento da economia se tornou mais difícil’, acentua a consultoria Oanda, para quem “o consumidor dos Estados Unidos está enfraquecendo, a Alemanha pode estar caminhando para uma recessão mais profunda e há receios de que a crise econômica da China possa estar se agravando”.

Segundo o analista de Inteligência de Mercado de Petróleo da Stonex, Bruno Cordeiro, a baixa  [do petróleo] “segue refletindo os menores receios em relação a uma extensão da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas para outras fronteiras, com menor perspectiva de que essas tensões atinjam outros países produtores de petróleo”.

Também contribuiu para o viés, ao menos, momentâneo, de redução dos preços, um comunicado da Arábia Saudita, que estaria buscando, junto com parceiros regionais e internacionais, uma solução que evitasse uma ampliação do conflito, além de se esforçar pela estabilização dos mercados do petróleo.

Já o analista da PVM, Tamas Varga acentua que “tanto o WTI quanto o Brent recuaram ontem, já que as preocupações com uma interrupção repentina e inesperada na oferta foram deixadas de lado por enquanto”. Por sua vez, o vice-presidente-executivo da trading Mercuria, Magid Shenouda previu que o petróleo deve ‘decolar’ para US$ 100 o barril, caso se agrave a situação no Oriente Médio.

Fonte: capitalist

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