ITALO NOGUEIRA- FOLHAPRESS) – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), 43, foi reeleito neste domingo (2) em primeiro turno.
Com 84,24% das urnas apuradas, Castro obteve 58,03% dos votos válidos. Ele superou o deputado Marcelo Freixo (PSB), seu principal adversário e segundo lugar na disputa, com 27,95%, e o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), com 7,89%.
Aliado de Jair Bolsonaro (PL), Castro fez uma campanha na qual defendeu o presidente, mas não aderiu a bandeiras bolsonaristas. Na reta final, acenou para o ex-presidente Lula (PT), até então favorito na disputa nacional, declarando não ver ameaças em seu eventual retorno à Presidência da República.
A estratégia tinha como objetivo se apresentar como única opção dos bolsonaristas no estado e, ao mesmo tempo, se aproximar do eleitorado mais pobre que tinha intenção de votar no petista. O plano deu certo e, na reta final, Castro se distanciou de Freixo até garantir a vitória neste domingo.
A campanha de Castro foi calcada na apresentação de projetos já inaugurados ou em curso com dinheiro obtido com a concessão do serviço de saneamento básico do estado. A licitação injetou R$ 22 bilhões nos cofres do estado e permitiu a inauguração de pontes, praças e o início de outras obras que auxiliaram na divulgação de seu nome no interior.
Advogado formado pela UniverCidade, Castro é também cantor gospel ligado ao movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica. Ele iniciou sua trajetória política como assessor parlamentar do ex-deputado Márcio Pacheco, tendo sido eleito vereador no Rio de Janeiro em 2016.
Castro foi eleito vice-governador em 2018 na chapa de Wilson Witzel, o ex-juiz que surfou na onda bolsonarista daquele ano. Assumiu o Palácio Guanabara em agosto de 2020 após Witzel ser afastado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) sob acusação de corrupção na saúde -o impeachment seria confirmado em abril do ano seguinte.
O governador reeleito também foi investigado no esquema que afastou seu antecessor, tendo sofrido busca e apreensão. Ele não foi denunciado no caso, mas passou a ser alvo de outras investigações. Dois delatores afirmam que Castro recebia propina quando vereador e vice-governador.