Retrospectiva: Os carros mais e menos seguros testados no Brasil em 2023


Os testes de colisão do Latin NCap, órgão independente que avalia a segurança dos carros vendidos na América Latina, servem para mostrar ao consumidor o desempenho dos veículos na proteção de ocupantes em caso de acidentes.

Mas nem mesmo essas avaliações estão livres de polêmicas. Em 2023 houve um claro atrito entre o Latin NCap e a Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. As notas baixas de seus veículos foram contestadas, ainda que o órgão tenha escolhido apenas veículos mais baratos, deixando modelos mais equipados de fora do cronograma de testes. O Latin NCap, por sua vez, pressionou a fabricante a melhorar os equipamentos de segurança de seus carros.

Autoesporte listou os modelos testados ao longo de 2023 pelo Latin NCap. Confira:

Fabricado em Porto Real (RJ), o Citroën C3 teve pior resultado na proteção para crianças, atingindo apenas 5,93 pontos, o que representa 12,1%. Para passageiros adultos, a pontuação foi de 12,21 (30,52%), 23,88 (49,74%) para pedestres e outros usuários vulneráveis da estrada e 15 (34,88%) para sistemas de assistência à segurança.

Lembrando que o modelo é equipado com dois airbags (obrigatórios por lei) e controle eletrônico de estabilidade de série.

“É vergonhoso que a Stellantis, que sabe perfeitamente como desenvolver carros mais seguros a preços acessíveis, tenha projetado um carro de segurança tão ruim como o Citröen C3”, disse Stephan Brodziak, presidente do Conselho de Administração do Latin NCap em julho, quando o teste foi realizado.

Na ocasião, a Stellantis emitiu uma nota justificando o resultado e afirmou que “seus automóveis atendem todas as regulamentações vigentes”.

Uma das maiores polêmicas do ano foi o teste do Jeep Renegade, em julho, que deu uma estrela para o SUV compacto. O problema é que o carro avaliado já não era mais fabricado. A unidade usada pelo Latin Ncap foi comprada no Panamá, mas de uma versão antiga.

Mesmo assim, o Latin NCap não realizou um novo teste com a versão atualizada. Logo, a Stellantis disparou:

“O Jeep Renegade produzido no Brasil traz de série, desde as versões mais básicas, seis airbags, alerta de manutenção de faixa, detector de fadiga e frenagem autônoma de emergência, o que o torna um dos veículos mais completos do segmento em equipamentos de segurança. Só estes equipamentos já distanciam por completo o Renegade comercializado no Brasil daquela unidade testada, que sequer é mais produzida”, disse a Stellantis em nota.

Outro caso de um carro da Stellantis que foi testado em versão desatualizada e que foi contestado pela empresa foi o do Fiat Pulse, que alcançou a nota de duas estrelas.

De acordo com o Latin NCap , o Pulse tem uma limitação na proteção lateral contra a cabeça dos ocupantes. Além disso, a pontuação baixa para proteção de crianças, os lembretes de cinto de segurança traseira e o sistema de ajuda ao motorista limitado, impediram que o veículo saísse melhor no teste.

A Fiat contestou, dizendo que o carro já havia sido atualizado. Em nota, afirmou que recebeu o resultado com muita surpresa. “Isso porque as diferenças entre o modelo avaliado (desatualizado) e o produzido foram relatadas, mas ignoradas pela entidade” e afirma que “o modelo em questão é um dos mais seguros do segmento.”

O Hyundai HB20 foi classificado com três estrelas no teste de segurança do Latin NCap em setembro. Os resultados mostram que o modelo tem estrutura instável e pouca proteção para pedestres.

O hatch havia sido testado em 2020, quando só tinha dois airbags e ficou com 0 estrela, mas foi atualizado e reavaliado.

“A decisão voluntária da Hyundai de atualizar o equipamento básico de segurança do HB20 para 6 airbags padrão, bem como o ESC, é mais que bem-vinda e demonstra o efeito positivo no mercado dos resultados do Latin NCap”, disse Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCap na ocasião.

Depois de dar cinco estrelas para o Volkswagen Virtus feito na Índia, de onde é exportado para mercados como o do México, o Latin NCap repetiu o teste de segurança no modelo nacional em julho e também deu nota máxima.

Os testes feitos pelo instituto consideram a proteção a adultos, crianças e pedestres, além dos sistemas de assistência ao condutor. Os resultados obtidos são válidos para todas as versões do Virtus, segundo a Volkswagen.

Além do impacto frontal, também são feitos impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes, além da preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, que acontece quando um veículo tem uma batida contra um pedestre, um motociclista ou um ciclista.

Por fim, depois das batidas, há ainda os testes de segurança ativa do veículo, que é principalmente o de controle eletrônico de estabilidade, de frenagem autônoma de emergência, o limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e a assistência de faixas, caso o veículo conte com esses equipamentos.

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Fonte: direitonews

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