A combinação de sinais evidentes de restrição de oferta com a perspectiva de elevação da demanda favoreceu o apetite de risco e a consequente alta das cotações do petróleo na sessão desta sexta-feira (4).
Mesmo ante esse cenário volátil, o petróleo tipo WTI (referência nos EUA), com vencimento para setembro próximo, fechou em alta de 1,55% (+ US$ 1,27) a US$ 82,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o tipo Brent, para outubro, avançou 1,29% (+ US$ 1,10) a US$ 86,24 o barril na Intercontinental Exchange (ICE). No cômputo semanal, o WTI valorizou 2,77%, e o Brent, subiu 2,16%.
Também exerceram influência nas cotações da commodity, por um lado, a depreciação do dólar diante de outras moedas, e de outro, dados que apontam ‘desaceleração’ do mercado de trabalho ianque, o que serviu para reforçar as apostas de que o ciclo de alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed) – banco central estadunidense – deverá sofrer uma pausa, em breve.
No paralelo, chamou a atenção do mercado a posição do Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (JMMC, na sigla em inglês) da Opep+ que, em videoconferência, não apresentou novas recomendações, mas ratificou o acordo anterior, que prevê a adoção de novos cortes de petróleo, conforme anunciado, recentemente, pela Arábia Saudita e Rússia, cujo vice-primeiro-ministro, Alexei Novak, admitiu que a demanda global de petróleo deverá crescer para 2,4 milhões de barris por dia em 2023.
Em nota, o Analista da Oanda, Edward Moya, destacou que a commodity ‘ronda’ máximas em três meses, o que deve atrair mais compradores, ante a perspectiva de que o rali nos preços pode se sustentar, caso a economia ianque continue a se mostrar resiliente e os dados econômicos da China apontarem crescimento da demanda.
Percepção semelhante apresentou a empresa independente de pesquisa econômica britânica Capital Economics, ao assinalar que “a leitura de inflação dos EUA, na quinta-feira, vai continuar a dar evidências de que a inflação está caindo acentuadamente, e sugerir que o Fed poderá conseguir um pouso suave, o que pode apoiar os preços das commodities”, ao acrescentar que, “no início da semana, os números de comércio da China vão revelar se a recuperação na demanda por petróleo ainda tem fôlego”.
Fonte: capitalist