Nesta quarta-feira (5), o ex-vice-ministro do Comércio, Wei Jianguo, disse que o mundo deve se preparar para mais casos de restrição chinesas enquanto EUA e Europa continuarem a pressionar a China, descrevendo os controles como um “soco pesado bem pensado” e “apenas um começo”.
“Se as restrições contra o setor de alta tecnologia da China continuarem, as contramedidas aumentarão”, acrescentou Wei, vice-ministro do Comércio de 2003 a 2008 e agora vice-presidente do Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China, um think tank do Estado chinês.
Pequim anunciou nesta semana que a partir de 1º de agosto alguns produtos como gálio e germânio sofrerão controle de exportação. O anúncio chinês aconteceu poucos dias antes da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, chegar à capital chinesa amanhã (6).
Analistas descreveram a decisão chinesa de segunda-feira (3) como a segunda – e maior – contramedida de Pequim na longa luta tecnológica EUA-China, após proibir algumas indústrias domésticas importantes de comprar da fabricante de chips de memória americana Micron em maio.
A Alemanha se posicionou hoje (5) e disse país está trabalhando para garantir o fornecimento de longo prazo de matérias-primas críticas e estratégicas, enquanto avalia os possíveis efeitos dos controles de exportação chineses sobre alguns metais usados em semicondutores.
“Ainda não é possível prever se essas medidas terão impacto em nosso fornecimento dessas matérias-primas. Com base no que se sabe até agora, é inicialmente apenas uma medida de controle de exportação, não restrições […] passos importantes são diversificar as cadeias de abastecimento, usar matérias-primas de forma mais eficiente, avançar na reciclagem e substituição e fortalecer o processamento e extração de matérias-primas também na Europa”, disse Franziska Brantner, secretária de Estado do Ministério da Economia da Alemanha, à agência britânica.
Berlim não tem produção própria de gálio e germânio. Em 2022, a China forneceu 27 toneladas de gálio para a Alemanha, representando 55% do total das importações. Em relação ao germânio, a China forneceu 3 toneladas, ou 75%, segundo dados do Instituto Federal de Geociências e Recursos Naturais (BGR).
Em sua recente estratégia de segurança divulgada em meados de junho, o Estado alemão caracterizou a China como um “rival sistêmico“, conforme noticiado.
Fonte: sputniknewsbrasil