“Resto de rico”: o que levar em consideração antes de comprar um carro usado de luxo


Uma rápida pesquisa na internet já é suficiente para cair na tentação. Sobram anúncios de carros importados de luxo a preços bem convidativos – muitas vezes menos até do que o pedido por um carro de entrada 0 km. Este grupo tem até um apelido bastante conhecido: é o chamado “resto de rico”.

O problema é que muita gente fecha negócio sem pensar nas consequências – ou melhor, na manutenção. E aí que mora o perigo. O conselho mais importante é o mesmo válido para a compra de qualquer veículo usado.

“É essencial se atentar ao histórico de manutenções (preventivas e corretivas) do carro. Quando tiver algum carro em vista, pergunte ao dono a frequência de manutenção, verifique o local em que foram feitas e peça as notas fiscais dos serviços”, afirma Luiz Fraga, dono da oficina The Specialist, especializada em modelos da Land Rover.

Prefira peças originais

Vale também pesquisar o valor das peças de reposição. Pelo menos aquelas de manutenção preventiva, bem como itens como amortecedores, buchas e outros componentes.

Algumas delas têm preços bastante elevados, podendo chegar a uma fração do valor do veículo. Os motivos mais comuns são a pouca quantidade de componentes no caso de modelos raros ou descontinuados e a variação cambial em produtos originalmente vendidos no exterior em dólares ou libras esterlinas, apenas para citar dois exemplos de moedas.

“Cada peça tem o valor referente a de um carro novo, afinal a peça também é nova. Então é preciso programar esses custos”, lembra Fraga. “Se um serviço orientado pela fabricante não foi realizado pelo proprietário, a pessoa pode considerá-lo na negociação do carro”, acrescentou o proprietário da oficina.

Luiz ressalta aos seus clientes a importância de utilizar apenas peças de reposição originais de fábrica. Esse conselho, inclusive, vale não apenas para proprietários de veículos Land Rover.

“Algumas peças até podem ser substituídas por não originais, mas vale lembrar que há questões de segurança que precisam ser levadas em conta. Caso contrário, o barato pode sair caro”, conclui.

Problemas mais comuns

Alguns modelos de luxo apresentam problemas crônicos ou componentes que merecem atenção especial. Nestes casos, é importante consultar o histórico de manutenção realizado pelos antigos proprietários antes de comprar o veículo.

Veja a seguir alguns carros que precisam ser analisados com cuidado redobrado.

Land Rover Discovery 3 e 4

Luiz afirma que esses veículos precisam ter a correia dentada substituída quando passam de 120 mil quilômetros rodados. “Trata-se de um procedimento obrigatório a partir desta quilometragem, conforme orientação da montadora”, diz.

Volvo XC60 (1ª geração)

O belo XC60 fez bastante sucesso e ajudou a Volvo a se consolidar como uma das marcas de luxo mais desejadas do Brasil. Porém, é bom ficar de olho nos exemplares equipados com o motor 2.0 de quatro cilindros até o modelo 2014 por conta do câmbio. A transmissão automatizada de dupla embreagem é a famigerada Powershift, que rendeu muitas dores de cabeça aos donos de veículos Ford.

Estima-se que o custo para trocar as embreagens pode passar dos R$ 10 mil. Na dúvida, prefira as unidades com motor de seis cilindros ou aquelas com propulsor de quatro cilindros pós 2015, que trazem caixas automáticas convencionais.

BMW 320i, 120i e X1 2.0 aspirado (2010 a 2012)

Essa trinca de modelos está entre os mais cobiçados da BMW no mercado de seminovos. Entretanto, o motor 2.0 aspirado, conhecido pelo codinome N46 e que equipou esses veículos entre 2010 e 2012, pode causar problemas.

A vedação da tampa das válvulas e dos retentores é deficiente e pode facilitar o vazamento de óleo. Isso pode desencadear uma série de problemas no conjunto.

Mercedes-Benz com motor M27

Os modelos da Mercedes-Benz figuram no topo da lista dos sonhos de qualquer aspirante a dono de carro premium. Só que os veículos equipados com o motor M271 merecem atenção especial.

Presente em vários carros fabricados entre 2018 e 2013, como os C 180, C 200 e SLK 200, ele pode ter problemas com o desgaste prematuro nas engrenagens do comando de válvulas. Como você deve imaginar, o custo do reparo não é baixo e não raro pode passar dos dois dígitos.

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Fonte: direitonews

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