‘Reoneração’ de combustíveis deve aumentar inflação em 0,35 ponto percentual


A volta da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis deverá contribuir para elevar em 0,35 ponto percentual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial – calcula estudo apresentado, nesta terça-feira (7), sob a forma de relatório, pelo banco Itaú BBA. Editada por meio de Medida Provisória pelo governo, a 1º de março último, a chamada ‘reoneração’ previa uma majoração, em média, de R$ 0,47 do litro da gasolina e de R$ 0,02% no etanol.

Como se não bastasse, o Executivo criou, ainda que de forma anacrônica, um imposto de exportação de petróleo cru, com a fixação de uma alíquota de 9,2% sobre o item e duração de quatro meses. Em contraponto, quase no mesmo instante, a Petrobras anunciou a redução do preço da gasolina vendida por refinarias a distribuidoras, cujo litro ao consumidor poderia cair até R$ 0,09.

“Assim, o impacto esperado na inflação ficará em +0,35 ponto percentual, número inferior ao 0,65 ponto percentual embutidos na projeção da equipe econômica do Itaú BBA de 6,3% para o IPCA de 2023, colocando viés para baixo nas expectativas”, admite o documento da instituição financeira.

Em outra projeção, analistas da plataforma Warren admitem que o impacto da reoneração seria um acréscimo de 0,28 ponto percentual ao IPCA, levando em conta a estimativa de que os efeitos da medida provisória resultariam em um aumento de 6% ou R$ 0,25 por litro da gasolina na bomba. Isso sem contar a diferença de R$ 0,32 por litro, a ser reonerado com a incidência de PIS/Pasep e Cofins, o que corresponderia à uma alta de 5,2% – R$ 0,23 por litro na bomba.

Caso seja considerada a volta da cobrança da Cide – inativa desde 30 de junho do ano passado – haveria um acréscimo de R$ 0,10 por litro que, somada à cobrança do PIS/Pasep e Cofins, a alta prevista seria de 6,9% ou R$ 0,31 por litro na bomba. “O que na inflação, é um impacto de 0,32 ponto percentual”, explica Warren, em relatório, ao concluir que “acreditamos que o governo encontrará o melhor momento para acomodar os efeitos na inflação seja por ajuda da Petrobras, pela possível janela que pode abrir de espaço de reajuste de queda ou, por alteração na política de preços de paridade de importação (PPI) atual. Com isso, nossa projeção do IPCA em 2023 é de 5,55%”.

Fonte: capitalist

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