Renault registra no Brasil câmbio ultra eficiente para carros híbridos


O Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) deferiu pedido de registro de patente do câmbio Multimode para carros híbridos da Renault. Trata-se de uma caixa dedicada exclusivamente a veículos híbridos, pois depende da existência de um motor elétrico para funcionar. O conjunto se notabiliza pelo baixo peso e, de certo modo, serve de alternativa à dupla embreagem.

Na Europa, o câmbio Multimode é utilizado pelo Dacia Duster híbrido de terceira geração e também pelo SUV médio premium Rafale, ambos já testados por Autoesporte. O sistema pode estar presente nos futuros modelos híbridos flex da Renault a serem produzidos no Brasil. Ele utiliza três atuadores eletrônicos para gerenciar acoplamento e desacoplamento das marchas no lugar das embreagens.

Por meio do motor a combustão, a caixa controla o torque nos dentes antes de engates ou desengates das engrenagens deslizantes. O atuador, que faz as vezes de embreagem, entra em ação quando a força chega a um nível considerado pelo sistema seguro. Assim, ele move a engrenagem e desengata as peças.

Para se ter desengates sem riscos de trancos, a engenharia realizou cálculo para chegar ao ponto ideal de ajuste de torque. Em suma, é o valor preciso para que a força sobre os dentes das engrenagens seja reduzida/anulada sem nenhum tipo de dor de cabeça.

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A utilização dos atuadores, vale frisar, denota sistema similar ao de uma “embreagem cachorro”, mais eficiente que uma transmissão de dupla embreagem usual e também, evidentemente, mais leve. Esta faz conexões dos dentes diretamente e abre mão de discos, por exemplo.

No câmbio da Renault, contudo, temos um controle eletrônico mais preciso para suavizar as trocas do que em uma dog clutch usual. Trata-se, portanto, de método mais avançado e que também abre mão da embreagem convencional.

Dentro do conjunto, quatro marchas ficam acopladas sempre ao motor, que pode ser turbo ou aspirado, enquanto outras duas estão ligadas ao motor elétrico de tração, formando até 15 relações possíveis. Segundo a Renault, o câmbio Multimode tem 15% a mais de eficiência — ou seja, desperdiça 15% menos energia que vem dos motores — do que um câmbio DCT.

Além disso, a caixa permite a aplicação de borboletas no volante não para trocar marchas, mas sim para regular diferentes níveis de frenagem regenerativa, como em um carro elétrico.

Não à toa, por controlar melhor essa interação entre motor elétrico e a combustão, o câmbio Multimode é uma alternativa muito interessante em relação à dupla embreagem. Será que veremos o sistema daqui a alguns anos no Brasil? Vale lembrar que nem tudo que é devidamente registrado no INPI chega efetivamente ao consumidor daqui, mas seria muito bacana.

Por enquanto, o mais provável é que os primeiros híbridos flex nacionais da Renault tenham um conjunto elétrico mais simples, do tipo leve, de 48V, ligado aos motores TCe turbo da marca e com câmbio automatizado de dupla embreagem. Esse sistema está previsto para estrear entre 2026 e 27 no Boreal, futuro SUV médio da marca, e na picape intermediária Niagara.

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Fonte: direitonews

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