Renault Logan sai de linha após 17 anos, dizem concessionárias


Não é de agora que o fim do Renault Logan no Brasil está sendo especulado. Autoesporte, aliás, já falou sobre a iminente saída do sedã compacto nos últimos anos, principalmente, por conta do baixo volume de vendas. Mas agora, após 17 anos disponível no mercado brasileiro, concessionárias dizem que o Logan não está mais disponível, seja para vendas diretas ou para pessoas físicas.

De acordo com uma fonte ouvida por Autoesporte, a Renault informou em comunicado interno que a comercialização do Logan havia sido encerrada a partir deste mês de outubro. Também apuramos que, até o mês anterior, o modelo estava disponível apenas para vendas diretas.

Outra fonte disse que há pouquíssimas unidades sendo feitas na fábrica de São José dos Pinhais (PR), abrindo espaço significativo na linha para o Kardian, novo SUV compacto da marca que estreou em março.

É possível que a produção remanescente seja destinada a atender contratos já feitos com empresas e locadoras. Além disso, o sedã compacto ainda permanece no configurador do site da Renault em duas versões, Life e Zen, com preços entre R$ 97.500 e R$ 101 mil, respectivamente. Porém, no site da ofertas da marca, por exemplo, não há uma unidade sequer do sedã em promoção.

De todo modo, as duas versões são equipadas com o motor 1.0 12V aspirado que rende 82 cv de potência e 10,5 kgfm de torque e câmbio manual de cinco marchas.

O “sumiço” do Logan até poderia ser mascarado pelo excelente resultado nos emplacamentos de setembro, quando quase 2 mil unidades foram vendidas. Porém, dos 1.978 exemplares que deixaram as lojas no mês, 1.961 foram destinados a empresas.

Nos demais meses de 2024, os emplacamentos foram bem mais modestos. Em agosto, dos 373 exemplares vendidos no total, só quatro foram para pessoas físicas. Na parcial de outubro, ainda segundo a Fenabrave, só 28 Logan saíram das concessionárias da marca.

Seja como for, não é de agora que o Logan não registra bons números no mercado brasileiro. Em 2023, por exemplo, foram apenas 4.559 emplacamentos. A média fica ainda menor quando olhamos para os rivais, como Chevrolet Onix Plus (74.887), Fiat Cronos (50.755) e Volkswagen Virtus (27.094).

Mas nem sempre foi assim. O Renault Logan teve seu período de holofotes, que aconteceu em 2014, quando o sedã estreou em sua segunda geração, como ano 2015. Durante aquele ano, foram mais de 46 mil emplacamentos.

O fim do Logan também marca mais um capítulo da mudança de perfil da Renault no Brasil, deixando de lado produtos de origem Dacia, a subsidiária romena de baixo custo do grupo francês.

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Em 2019, noticiamos que o Duster, Sandero e Logan poderiam ser os últimos carros da Dacia vendidos no Brasil. Na época, a Renault procurava apostar em veículos com um visual próprio.

Vale dizer que o Sandero saiu de linha em 2022. O Duster ainda persiste no mercado, mas é o SUV compacto com o projeto mais antigo disponível no Brasil. Lançado em 2011, teve grande destaque nas lojas, mas a chegada da concorrência a partir da segunda metade da década fez as vendas estagnarem e, posteriormente, caírem.

Fruto de um projeto da Dacia, o Renault Logan nasceu em 2004, mas estreou oficialmente no Brasil em 2007. Ou seja, ficou 17 anos no mercado nacional. Aliás, foi o primeiro carro nacional da Dacia que a marca francesa decidiu lançar por aqui, seguido por Sandero e Duster – único sobrevivente dessa era.

A proposta era ocupar a posição de carro de entrada, equipado com motores econômicos e oferecendo pouquíssimas tecnologias embarcadas. Essa premissa acompanhou o modelo durante as duas gerações no Brasil.

Como falamos anteriormente, o auge do Renault Logan aconteceu em 2014. O sucesso se deu por conta do volume interessante no porta-malas, de 510 litros, e o amplo espaço interno. Em 2019, o sedã recebeu sua última reestilização. Cabe lembrar que, além do motor 1.0 de 82 cv, o Renault Logan também já foi equipado com motor 1.6 de quatro cilindros e 16 válvulas. A potência era de 118 cv.

Autoesporte procurou a Renault para saber uma posição oficial, mas até o momento da publicação desta matéria, não recebemos retorno.

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Fonte: direitonews

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