Renault inicia produção pré-série da picape Niagara e testa motor híbrido


A Renault começou a montar unidades pré-série da Niagara, sua picape intermediária concorrente da Fiat Toro, em Córdoba (Argentina). Após aparições escondidas por “mulas” de outros veículos, protótipos são testados pela primeira vez em sua carroceria definitiva antes da estreia em 2026. A informação é do site argentino Cars Drive.

Segundo a publicação, a Renault concluiu a montagem de quatro unidades da Niagara na fábrica argentina, que serão destinadas ao Brasil para a primeira bateria de testes. Ao longo dos próximos meses, a marca deve montar ao menos três protótipos por semana. O objetivo é que a produção em série tenha início em outubro de 2026.

Outra informação antecipada por Autoesporte, e que o site argentino Cars Drive confirmou, é de que o motor híbrido da Niagara recebeu sinal verde da matriz. Discute-se a adoção de um propulsor elétrico traseiro na versão 4×4 — portanto, um conjunto HEV — ou um sistema híbrido leve (MHEV) de 48V. Elaboramos o assunto mais abaixo.

Por fim, a Renault não deve interromper a produção dos modelos Sandero, Logan e Kangoo para a montagem das unidades pré-série da picape. O trio continuará saindo normalmente da fábrica argentina para atender diversos países da América Latina. É normal que, neste processo de implementação, a montagem seja paralisada esporadicamente, mas o arranjo de produção da Niagara permite utilizar a mesma linha dos demais veículos.

Antecipada como conceito em 2023, a Niagara será a aposta da Renault no mesmo segmento da Fiat Toro. A fabricante desembolsou R$ 1,9 bilhão para seu desenvolvimento e produção na planta argentina de Córdoba. Vale lembrar que o modelo não chega para substituir a Oroch, feita em São José dos Pinhais (PR), mas sim para ocupar o topo da gama.

O design terá muitas semelhanças com o Renault Boreal, o SUV médio que será revelado nas próximas semanas, feito no Paraná. O plano é seguir uma linguagem menos aventureira e mais urbana, como a própria marca antecipou. Daniel Nozaki, diretor do centro de design da Renault, afirma que a picape terá “mais de cinco metros de comprimento”, aproximando-se das proporções da Ram Rampage.

Fala-se também sobre acabamento interno superior em comparação com o que a Renault já oferece, com maior variedade de materiais. Já a parte de mídia e tecnologia também deve ser compartilhada com o Boreal.

A Renault Niagara será vendida a partir do ano que vem em opções a combustão e híbrida. Diferentemente da Toro, não terá motor diesel, mas a fabricante encontrou uma alternativa para oferecer versões 4×4.

Isso porque o motor 1.3 turbo flex que atualmente desenvolve 170 cv de potência e 27,5 kgfm de torque ficará responsável por tracionar somente as rodas dianteiras. No eixo traseiro, será instalado um motor elétrico que é testado na Europa desde o ano passado. Trata-se de um conjunto híbrido paralelo (HEV).

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A tendência é que o motor 1.3 turbo flex seja atrelado a um câmbio automatizado de dupla embreagem de sete marchas, e não ao câmbio CVT atualmente utilizado no Duster. Um sistema de gerenciamento eletrônico ficará responsável pelo acionamento dos motores, que terão funcionamento independente.

Outra possibilidade é que a Niagara de tração dianteira tenha um conjunto híbrido leve (MHEV) de 48V desde os pacotes de entrada, que funcionaria como alternador e “impulsionador” temporário, sem a capacidade de girar as rodas sozinho. As primeiras aparições de protótipos em carroceria definitiva devem revelar o que a marca vem planejando.

O lançamento da Niagara acompanha a nova estratégia da Renault para a América Latina. Reconhecida por carros simples e robustos, como Sandero e Logan, a marca francesa agora busca um posicionamento mais elevado, de maior valor agregado. O Kardian foi o primeiro passo para a mudança de imagem, que agora será concretizada com a chegada do Boreal.

O diretor do centro de design da Renault, Daniel Nozaki, revelou que as filiais latinas “brigaram” com a matriz para que o projeto fosse aprovado, e relacionou o conflito a um choque cultural.

“Para nós [latino-americanos] é mais fácil aceitar veículos utilitários, práticos e acessíveis, para todos os públicos. Por isso, no começo, nos custou convencer os chefes na Europa sobre o carro que gostaríamos de desenvolver. Queríamos projetar uma picape, mas não um veículo voltado ao trabalho como eles imaginavam”, afirmou em bate-papo com a imprensa argentina em abril.

“O cliente deste segmento [de picapes intermediárias] mudou. Vamos utilizar acessórios para a caçamba, para aumentar a versatilidade e o aproveitamento deste espaço”, finalizou.

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Fonte: direitonews

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