Renault Duster: 5 razões para comprar e 5 motivos para fugir do SUV


O Renault Duster é o SUV compacto com o projeto mais antigo disponível no Brasil. Lançado em 2011, teve grande destaque nas lojas, mas a chegada da concorrência a partir da segunda metade da década fez as vendas estagnarem e, posteriormente, caírem.

Novidade em 2024, a versão Iconic Plus (leia o teste) chegou ao mercado com a intenção de aproximar o Duster dos rivais mais modernos. Porém, será que seus pontos fortes justificam a compra? E suas falhas, podem causar algum tipo de desinteresse do cliente?

Pensando nisso, Autoesporte selecionou cinco motivos para comprar e outros cinco para fugir do Renault Duster Iconic Plus. Comecemos pelo que há de positivo.

1 – Preço
Num cenário em que as versões mais equipadas dos SUVs compactos encostam em R$ 200 mil, o Renault Duster Iconic Plus pode chamar a atenção. Isso porque a versão topo de linha custa R$ 160.090, enquanto o Chevrolet Tracker Premier já sai por R$ 177.990. Portanto, ao nosso leitor que compra carro apenas pelo valor na etiqueta, o SUV francês com sotaque paranaense se torna uma opção interessante.

2 – Valor de manutenção
Se você conferiu o Qual Comprar 2024 da Autoesporte, sabe que o Duster tem os melhores preços do segmento quando falamos sobre os valores para mantê-lo. A cesta de peças, que inclui itens como farol dianteiro, lanterna traseira, jogo de amortecedores, filtros e outros componentes, custa R$ 6.764. Em comparação, estes mesmos itens do Fiat Pulse passam de R$ 12 mil. Por fim, a Renault cobra R$ 1.950 pelas três primeiras revisões — um dos menores valores do segmento.

3 – Robustez
O Duster está longe de ser um carro perfeito. Muitos motoristas não gostam deste apelo mais rústico, mas não há como negar que sua estrutura é muito resistente. O SUV supera obstáculos urbanos sem grandes dificuldades, sempre filtrando os rebotes causados pelas irregularidades no solo. Os bons ângulos de ataque e saída tornam as raladas em valetas, lombadas e entradas de garagem praticamente inexistentes.

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4 – Espaço interno e porta-malas
Medidas como comprimento (4,38 m) e distância entre-eixos (2,67 m) conferem ao Duster um excelente espaço interno, tanto na cabine quanto no compartimento de carga. O SUV pode levar três ocupantes no banco traseiro sem que os meniscos encostem no banco da frente. A posição central é inevitavelmente ingrata, como em qualquer carro compacto.

Por fim, seu porta-malas tem 475 litros de capacidade, sendo um dos maiores da categoria. Ele só perde para o Citroën C3 Aircross de cinco lugares, que pode levar 493 l. Vale lembrar que a Stellantis utiliza o padrão litros de água na homologação, enquanto a Renault revela suas medidas no padrão VDA.

5 – Desempenho
O Duster tem motor 1.3 turboflex de 170 cv de potência e 27,5 kgfm de torque, com câmbio CVT da família X-Tronic. Este conjunto mecânico é produzido na Espanha e já equipou até modelos da Mercedes.

Algo raro aconteceu com o SUV durante os testes da Autoesporte. Nosso resultado na aceleração de 0 a 100 km/h foi melhor que o número da própria fabricante, que costuma considerar as melhores condições possíveis. Assim, o SUV atingiu tal velocidade em 9,02 segundos, superando os 9,2 segundos dos dados oficiais.

Fica a impressão de que o desempenho seria ainda melhor se o câmbio não fosse continuamente variável. Inclusive, motor e transmissão podem “bater cabeça” em algumas situações, como subidas e retomadas. Elaboramos mais sobre essa questão no teste.

1 – Projeto antigo
O Duster foi lançado em 2011 e passou pela primeira renovação profunda em 2020. Sua plataforma, porém, é a mesma de treze anos atrás, o que representa uma defasagem em comparação com modelos mais novos. Isso reflete em diversos aspectos do carro, como sua condução inevitavelmente áspera e a posição de dirigir um tanto quanto estranha. Falaremos disso à frente.

2 – Consumo
Na versão turbo, o Duster faz 7,7 km/l na cidade e 8,4 km/l na estrada com etanol, segundo o Inmetro. Quando abastecido com gasolina, o consumo é de 10,8 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada. Estes números já não se equiparam aos de outros SUVs turbo, como o Tracker, que pode fazer 13,5 km/l na estrada com gasolina.

Outra questão é que o consumo aferido por Autoesporte durante o teste em pista foi de 6,7 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada com etanol. Portanto, ao menos em nossa experiência, foi constatado que ele é um pouco mais gastão do que o Inmetro pontua.

3 – Qualidade do acabamento
Calcanhar de Aquiles de todos os carros da Renault que antecedem o Kardian, o Duster também sofre pela rusticidade da cabine. O SUV aparenta ser bem montado e inspira solidez, mas sentimos falta da variedade de materiais, principalmente no painel central. Além disso, as portas traseiras são totalmente feitas de plástico.

Talvez a chegada do Kardian tenha exposto ainda mais o Duster neste sentido. O novo SUV compacto tem até acabamento de couro sintético no painel nas versões mais equipadas, sem falar no design muito mais interessante.

4 – Pacote de equipamentos
Para ficar mais barato que a concorrência, o Duster dispensa equipamentos que se tornaram comuns nos SUVs compactos. Painel de instrumentos digital, conexão Wi-Fi nativa, retrovisores com rebatimento e encosto de braço para o ocupante do banco traseiro são itens que não deram as caras, mesmo na versão Iconic Plus. Tenha isso em mente antes de comprá-lo.

5 – Defasagem
Este quinto tópico é um complemento do primeiro. Existe um Duster totalmente novo no mercado europeu, onde o SUV é vendido pela Dacia (uma das subsidiárias da Renault). Este modelo tem uma plataforma que está duas gerações à frente da nossa, e inclusive conta com versões híbridas que fazem mais de 20 km/l.

Não há previsão do novo Duster chegar ao nosso mercado. Autoesporte repercutiu a chegada de algumas unidades ao Brasil, mas o SUV está sendo usado como “mula” para testar outro carro inédito da Renault. Este será maior que o Duster nacional e deve competir com Jeep Compass, Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross.

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Fonte: direitonews

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