“Por outro lado, é essencial que haja reciprocidade por parte do Brasil. Um exemplo: o Quênia é um dos maiores produtores de chá do mundo, porém ele enfrenta dificuldades na exportação para o Brasil. Isso ressalta a necessidade de políticas brasileiras que facilitem a entrada de produtos quenianos no mercado nacional. As relações comerciais entre os países devem ser encaradas como uma via de mão dupla.”
A importância do BRICS no Sul Global
“Essas relações não são simétricas, mas o fato de elas não serem simétricas não significa que existe uma colonização, um neocolonialismo ou uma cooptação dos interesses. Há acordos bilaterais construídos nos quais os líderes africanos têm agência nesses acordos e eles estabelecem o que é importante para os seus países.”
“No Mali, em Burkina Faso, no Níger e em outros países de colonização francesa, há uma grande rejeição a qualquer tipo de relação com esse país. Inclusive a população civil abraça fortemente uma intensificação de relação com outros países, como a Rússia, por exemplo. Isso não deve ser olhado como um tipo de manipulação nem nada, a gente tem que entender quais os motivos que levaram a isso.”
“O BRICS agora congrega mais de 40% da população mundial e mais de 25% da riqueza global. Esse fórum, de elevada importância, reflete os anseios de diversas nações africanas, propondo a formação de uma nova ordem mundial que ofereça voz a países historicamente excluídos das decisões globais e que compartilham realidades e soluções similares.”
As dificuldades atuais do continente africano nas relações comerciais
“Atualmente a gente tem esses acordos sendo construídos, de […] diferentes ordens de cooperação, mas já sabendo também que existe um potencial de concorrência mais para frente.”
Fonte: sputniknewsbrasil