Rede de supermercados da França suspende compra de carne do Mercosul em apoio a agricultores locais


“Em solidariedade com o setor agrícola, o Carrefour se compromete a não vender carne proveniente do Mercosul”, anunciou o CEO da rede, Alexandre Bompard, em sua conta na rede social X. O bloco é formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia.
Bompard também anexou à publicação uma carta oficial dirigida ao líder do principal sindicato de agricultores da França, Arnaud Rousseau. Com essa medida, acrescentou o CEO, a rede de supermercados espera “inspirar outros atores do setor agroalimentar”.
Conhecida por seu protecionismo, a França é o principal entrave para a assinatura do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, cujas negociações se arrastam há décadas. Países como a Alemanha chegaram a defender que retirada da necessidade de consenso entre os membros do bloco para aprovar a medida.
Além disso, o país é o maior produtor agrícola da Europa e sofre com a concorrência de mercados como o brasileiro, que são mais competitivos.
O então negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier (em primeiro plano, à esquerda), e o então ministro das Relações Exteriores irlandês, Charles Flanagan (no centro), caminham pela fronteira irlandesa perto de Castleblayney, na Irlanda, em 12 de maio de 2017 - Sputnik Brasil, 1920, 13.11.2024

ApexBrasil diz que declaração de CEO é lamentável

ApexBrasil diz que declaração de CEO é lamentável Já a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) disse que a declaração do CEO do Carrefour é lamentável e lembrou que o Mercosul é um dos principais fornecedores de proteína animal do mundo.
“Entendemos não haver motivos razoáveis para restrições à carne produzida no Mercosul. Seguimos os mais rigorosos padrões sanitários e ambientais, que garantem sua qualidade em todas as operações de venda de proteína brasileira ao exterior — qualidade reconhecida por mais de 160 países, inclusive pela União Europeia”, declarou em nota.
A agência também classificou a decisão da rede de supermercados francesa como um movimento protecionista no momento em que “Mercosul e União Europeia estão próximos de fechar o ambicionado acordo que formará o maior mercado do planeta, beneficiando enormemente as populações dos países signatários”.
Bandeira nacional brasileira junto a bandeira do Mercosul do lado de fora do Palácio do Planalto, em Brasília. Brasil, 29 de novembro de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 04.09.2024

Protestos de agricultores na França

No início deste semana, agricultores franceses voltaram a realizar protestos em todo o país contra o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, manifestando temores sobre uma concorrência desleal por parte do mercado externo. Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron garantiu à imprensa que seu governo não assinará “nos termos em que foi negociado”.
Os agricultores franceses também exigem a redução da burocracia, pagamento das subvenções prometidas pela UE que estão atrasadas, auxílio para jovens agricultores e a eliminação de várias normas rigorosas que regulam o trabalho no setor.
Em diferentes regiões, agricultores organizaram manifestações em frente às prefeituras, com tentativas de bloqueio de estradas, especialmente na fronteira entre França e Espanha.
O projeto de lei de apoio ao setor agrícola, aprovado pela Câmara Baixa do Parlamento francês em maio após intensos protestos, não foi analisado no Senado devido à decisão de Macron de dissolver o Parlamento. Segundo os sindicatos, as promessas do governo não foram cumpridas.
Logo da emissora Sputnik - Sputnik Brasil
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Aprosoja-MT destaca práticas agrícolas sustentáveis durante conferência internacional na Bélgica
Próxima Após revelação de nova tentativa de golpe, PT pede arquivamento de anistia a condenados pelo 8/1