Em meio a um ensaio de recuperação de duração muito incerta, os contratos futuros do minério de ferro apresentaram alta, na sessão desta sexta-feira (26), como reflexo do aumento da taxa de utilização do alto-forno entre as 247 siderúrgicas chinesas, apesar da continuidade da pressão de baixa, decorrente da fraca demanda da commodity pela China, maior consumidora mundial do insumo siderúrgico, por conta da desaceleração do setor de construção civil do país asiático.
Enquanto o contrato de referência da matéria-prima do aço para junho avançou 4% a US$ 99,55 a tonelada na Bolsa de Cingapura – após recuar até 1,8%, para US$ 94, nível mais baixo desde novembro do ano passado, com perda semanal acumulada superior a 5% – o contrato mais negociado em setembro na Bolsa de Dalian – depois de cair até 2,5% para 665,50 iuanes ou US$ 96,28 dólares a tonelada, pior resultado desde 2 de dezembro, com queda semanal de 3,5% – encerrou a sessão com alta de 4%, a 709,50 iuanes.
Único fator positivo, apontado pela consultoria da indústria e provedora de dados Mysteel, foi a elevação de 0,8 ponto percentual (segunda alta consecutiva) da taxa de utilização do alto-forno das siderúrgicas chinesas, que passou para 89,93%, entre os dias 19 e 25 de maio, depois que algumas usinas, no norte chinês, retomaram a produção, após executarem paradas de manutenção.
Em que pese a reação do setor siderúrgico, as perspectivas para o setor não são nada animadoras, tendo em vista a desaceleração da construção civil do país, justamente no período de alta temporada do verão, a partir do próximo mês. Decepcionante é a classificação dada por analistas para a recuperação econômica chinesa, após o levantamento das barreiras sanitárias associadas à pandemia, assim como a remoção de limitações à produção de aço, em linha com a meta local de descarbonização.
Ainda de acordo com a Mysteel – tomando por base dados da Beijing Antaike Information Development – ao menos 17 usinas baixaram os preços do aço acabado, enquanto o valor ‘spot’ do vergalhão ‘tombou’ ao menor patamar dos últimos seis anos.
Fonte: capitalist