As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio afetaram pelo menos 476 municípios e as rodovias que os interligam. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lista alagamentos de vias, quedas de barreiras, colapso total de estradas e ruptura de dispositivos de drenagem e estima que a reconstrução pode se aproximar de R$ 30 bilhões.
O cálculo faz parte do informe técnico “Transporte em Foco – Enchentes no Rio Grande do Sul: Quanto será necessário para reconstruir a infraestrutura de transporte rodoviário no estado?”, publicado na última segunda-feira (24). Nele, a confederação também apresenta medidas para elevar a resiliência do modo rodoviário diante das mudanças climáticas e recomendações para as atualizações dos contratos de concessões.
Segundo o órgão, o estado possui uma malha de aproximadamente 17.200 km de rodovias federais e estaduais. Em 2023, antes dos alagamentos, 26,4% já encontravam-se em estado geral de conservação péssimo ou ruim, 45,8%, em estado regular, 22,8%, em bom estado e apenas 5,0% foram classificados como ótimo.
Com a incerteza sobre os efeitos das enchentes, a CNT traçou dois cenários para a recuperação dessa malha rodoviária. Um parte do princípio de que os impactos nas rodovias exigiriam uma estratégia de incremento de revestimento na estrutura existente (aplicar asfalto sobre a superfície atual), indicando uma menor severidade. O outro propõe reconstrução da via por completo.
No primeiro cenário, o estudo prevê um investimento de R$ 7,39 bilhões em rodovias federais e estaduais e R$ 11,59 bilhões em vias municipais, totalizando R$ 18,98. Na segunda hipótese, o valor gasto aumentaria para R$ 15,69 bilhões em rodovias, mantendo os R$ 11,59 bilhões em vias municipais. O total chegaria a R$ 27,28 bilhões.
A CNT ainda propõe capacitar os tomadores de decisão do setor de transporte quanto à temática das mudanças climáticas e às medidas de adaptação referentes tanto para a operação quanto para a infraestrutura, elaboração de projetos que contemplem métodos e parâmetros ligados à nova realidade dos eventos extremos, tornando mais resistentes às futuras obras de recuperação ou de expansão da malha.
Além disso, sugere parcerias com universidades para promover e financiar estudos sobre critérios quanto às características hidrológicas e de temperatura para adaptação às mudanças climáticas.
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Fonte: direitonews