Os riscos de recessão na zona euro, os 19 países da União Europeia que usam a moeda única, atingiram seu nível mais elevado desde julho de 2020 em meio à redução no consumo de energia que pode causar a retração econômica, preveem economistas citados na segunda-feira (19) pela agência norte-americana Bloomberg.
Os especialistas apontam uma probabilidade de recessão de 80% na zona do euro até 2023, com uma ligeira redução do PIB no terceiro trimestre de 2022 e quedas mais significantes até o primeiro trimestre de 2023. Essa redução acontece em meio à redução do fornecimento de gás russo.
Em relação à inflação, os economistas esperam que ele atinja 9,6%, quase cinco vezes o que o Banco Central Europeu (BCE) espera para 2023. Foi considerado improvável que a taxa-alvo de 2% prevista pelo BCE seja atingida antes de 2024.
Os especialistas pesquisados esperam que o banco central aumente as taxas de juro até um auge de 2% em fevereiro, com mais da metade deles opinando que o BCE terá que aumentar sua principal taxa de juros em cerca de 75 pontos base após sua reunião de outubro.
Os funcionários do BCE também estão preocupados com os índices macroeconômicos na zona do euro. Christine Lagarde, presidente do BCE, mostrou determinação em conter a inflação. Na semana anterior Philip Lane, economista-chefe do BCE, observou que o aumento da principal taxa de juros deste mês foi “apropriado”, mas adicionou que no futuro a instituição financeira planeja fazer aumentos mais pequenos.
Dificuldades econômicas na União Europeia
Apesar do preenchimento dos depósitos de gás europeus, as sanções antirrussas introduzidas a partir de fevereiro levaram a uma quebra nas cadeias de fornecimento e aumentos nos preços dos produtos e serviços. As famílias e empresas europeias têm sido forçadas a cortar seus gastos com energia na tentativa de combater a alta da inflação.
A recusa de vários países europeus de pagar pelo gás em rublos, as iniciativas de Estados-membros individuais para não fazê-lo, e as dificuldades na reparação das turbinas do gasoduto russo Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1), têm reduzido o fluxo do hidrocarboneto para a Europa, aumentando os preços de gás e eletricidade no continente.