Range Rover Sport híbrido faz o patrão querer ser o motorista; leia o teste


Dirigir carros de luxo tem sido uma experiência única em 2023, ainda mais os que passam de R$ 1 milhão. Vários deles se assumem como os últimos de suas espécies, antes de se tornarem elétricos e abandonarem de vez os combustíveis normais. Este é o caso do Range Rover Sport 2023, que agora é híbrido plug-in, parte de R$ 985.790 e está se descolando do Range Rover (antigo Vogue).

Este big boy britânico é o último de sua linhagem. O Sport deve trocar o tanque de gasolina por um conjunto de baterias em meados de 2030 (sim, a Land Rover está atrasada na eletrificação). Mas enquanto este momento não chega, vamos apreciar o powertrain híbrido plug-in mais tecnológico que os britânicos já fizeram – e um SUV cheio de estilo e tecnologia, claro.

Pela primeira vez, o Sport está mais bonito do que o próprio Range Rover. As linhas que marcam o estilo dos faróis, para-choque e grade frontal são retas, mas a carroceria tem um formato levemente arredondado na comparação com o irmão de preço mais salgado. Ao menos no design, a terceira geração se aproxima mais do Evoque e do Velar. Você pode tirar a prova no vídeo abaixo:

As fotos não fazem jus ao tamanho do novo Sport. O grande SUV tem 4,94 metros de comprimento, 2,04 m de largura, 1,82 m de altura (!!) e 2,99 m de distância entre-eixos. Como comparação, o grande Volvo XC90 tem 4,95 m de largura, 1,95 m de largura, 1,76 m de altura e 2,98 m de entre-eixos.

A terceira geração do SUV não é apenas comprida, mas também alta e larga. Isso fica evidente pela altura da cabine e pela dificuldade de posicioná-lo nas faixas mais estreitas. Ao volante, olho para o lado e vejo que os passageiros dos ônibus estão quase na minha altura, mas preciso voltar a atenção rapidamente ao trânsito para dar espaço aos motoboys.

A cabine do Range Rover Sport enche os olhos, ainda mais com o revestimento de couro branco. O destaque do painel fica por conta da grande central multimídia de 13,1 polegadas, sensível ao toque e com pareamento Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Todos os componentes foram posicionados com muito esmero na cabine e a lista de equipamentos é enorme.

O ar-condicionado é controlado por comandos giratórios digitais, onde também é possível escolher a refrigeração ou o aquecimento dos bancos. O carregador de celular por indução fica escondido atrás da central multimídia, longe dos olhos de curiosos.

O Range Rover Sport também oferece massageadores, sistema de purificação de ar, volante com ajustes elétricos e um potente sistema de som assinado pela Meridian com 12 alto-falantes. Acredito que os donos do Range Rover Sport ouçam Bach ou Pachelbel, mas coloquei Drake para tocar e o som pareceu bem honesto.

Um outro recurso de cair o queixo é o cancelamento de ruído ativo. O Range Rover Sport tem microfones nas caixas de roda que detectam sons indesejados e emitem uma frequência oposta para anulá-los dentro da cabine. Isso também tem dedo da Meridian.

Nem preciso bater na tecla de que o espaço interno é generosíssimo. Colocando o assento dianteiro para frente, quem vai atrás consegue esticar as pernas e se reclinar no encosto. Não andei no banco traseiro, mas imagino que a sensação deve ser próxima de uma cabine de primeira classe. Cada ocupante do banco traseiro também tem uma central multimídia própria e fones de ouvido da Meridian.

Dando nome aos bois, as versões de entrada do Range Rover são vendidas no Brasil com motor 3.0 turbodiesel híbrido-leve (entenda como funciona clicando aqui) capaz de desenvolver 350 cv. Há uma versão com motor 4.4 V8 da BMW que entrega 530 cv e se destaca como a mais potente de todo o catálogo.

A versão plug-in híbrida que testamos tem motor 3.0 de seis cilindros em linha, que trabalha em conjunto com um motor elétrico de 142 cv. Nessa versão, o SUV desenvolve 510 cv de potência e 76,3 kgfm de torque, com câmbio automático de oito marchas e tração integral permanente. Confira todas as versões abaixo:

O Range Rover Sport tem este sobrenome por um motivo e eu estava ansioso para acelerar essa embarcação de mais de 2.700 kg. Piso fundo no acelerador e percebo que o SUV demora para entender o comando, mas após um certo atraso, tenho torque cheio em apenas 1.500 rpm.

Durante acelerações mais vigorosas, a dianteira do SUV se ergue como se ele fosse decolar. De acordo com a Land Rover, o Range Rover Sport vai de 0 a 100 km/h na faixa dos 5,3 segundos. Da mesma forma, durante as frenagens, a carroceria tem a tendência de embicar a frente para baixo – tudo para equilibrar este corpanzil de quase 3 toneladas.

O balanço lateral da suspensão é excelente para filtrar as irregularidades do solo, ainda mais em cidades esburacadas como São Paulo (ou qualquer outra do Brasil). O Range Rover Sport desfila com muita suavidade e delicadeza. Quem está na cabine praticamente não sente a trepidação e a aspereza do motor, e em muitos casos é até difícil dizer se o SUV está rodando na combustão ou no modo elétrico.

Por falar no modo elétrico, este Land Rover que pluga na tomada pode rodar 113 km sem consumir uma gota de combustível, graças ao conjunto de baterias de 38,2 kWh.

Dependendo da distância que você percorre no dia a dia, é possível rodar por vários quilômetros sem sequer abastecer com gasolina. Mas também sabemos que donos de carros plug-in no Brasil raramente carregam os seus veículos. Na maior parte do tempo, rodam apenas na gasolina.

Como todo Land Rover, o Sport tem vários modos de condução voltados ao off-road. É possível enfrentar neve, lama, cascalho e areia girando o seletor que fica no console. Para a cidade, o Range Rover também oferece modo econômico, esportivo e conforto. A parte de assistências ao motorista inclui controle de velocidade de cruzeiro, sensores de ponto-cego, alerta de tráfego cruzado e sistema de frenagem autônoma de emergência.

O Range Rover Sport está mais requintado do que nunca, ainda que a brincadeira custe R$ 985.750 na versão Dynamic HSE e R$ 1.013.950 na versão First Edition. E por este preço, boa parte dos proprietários vai relaxar no banco de trás, enquanto um motorista cuidará da parte chata (será?) e será xingado por motoboys.

O SUV impressiona pela tecnologia, conforto e segurança. Também vale incluir no orçamento uma visita a uma das várias blindadoras certificadas pela marca. A Land Rover oferece garantia de três anos para a blindagem NBR nível IIIA.

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Fonte: direitonews

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