Rajada de rádio mais distante já registrada revela segredos do Universo primordial (IMAGENS)


Rajadas rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês) são explosões extremamente breves, com duração de cerca de um milissegundo, que carregam informações valiosas sobre o plasma interestelar. Elas funcionam como sondas naturais que revelam aspectos invisíveis do cosmos, permitindo aos cientistas investigar campos magnéticos e a distribuição de gás no Universo.
A equipe liderada por Manisha Caleb, da Universidade de Sydney, anunciou a descoberta da FRB 20240304B, localizada a um desvio para o vermelho de z = 2,148 ± 0,001. Cosmologicamente, isso significa que o sinal foi emitido cerca de 3 bilhões de anos após o Big Bang, e sua luz percorreu mais de 11 bilhões de anos até alcançar a Terra — uma distância impressionante que torna essa descoberta extraordinária.
© Foto / NASA/Telescópio Espacial HubbleGaláxias hospedeiras de rajadas rápidas de rádio.

Galáxias hospedeiras de rajadas rápidas de rádio - Sputnik Brasil

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Galáxias hospedeiras de rajadas rápidas de rádio.
© Foto / Observatório de Radioastronomia da África do SulA galáxia que abriga a FRB 2020304B.

A galáxia que abriga a FRB 2020304B - Sputnik Brasil

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A galáxia que abriga a FRB 2020304B.
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Galáxias hospedeiras de rajadas rápidas de rádio.
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A galáxia que abriga a FRB 2020304B.
A FRB foi detectada em 4 de março de 2024 pelo radiotelescópio sul-africano MeerKAT. Inicialmente, os pesquisadores não conseguiram identificar sua galáxia hospedeira usando observatórios terrestres e dados de arquivo. No entanto, com o auxílio dos instrumentos NIRCam e NIRSpec do Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), conseguiram localizar a galáxia e confirmar seu desvio para o vermelho espectroscópico.
O sinal da FRB se dispersou a uma taxa de aproximadamente 2.330 parsecs por centímetro cúbico, indicando uma origem extremamente distante. Essa dispersão é causada por elétrons livres no espaço e funciona como uma impressão digital que revela a trajetória e a distância percorrida pelo sinal, oferecendo uma medida precisa da vastidão que ele atravessou.
Nebulosa da Bolha - Sputnik Brasil, 1920, 02.08.2025

Essa descoberta representa um marco, dobrando o alcance de FRBs previamente localizadas. Ela permite investigar bárions ionizados em cerca de 80% da história do Universo, superando as detecções anteriores, que alcançaram apenas metade do tempo cósmico.
A galáxia onde a FRB teve origem é jovem, de baixa massa e ainda em processo de formação estelar. Isso sugere que ela pode ter sido gerada por um magnetar jovemuma estrela de nêutrons altamente magnetizada — reforçando teorias que associam as FRBs a esses objetos em vez de processos evolutivos mais lentos e indicando que esses eventos podem ocorrer em escalas de tempo relativamente curtas.
A linha de visão da FRB revela estruturas complexas de campo magnético em escalas de gigaparsecs, passando por aglomerados como o de Virgem. Como a FRB surgiu durante o “meio-dia cósmico”, período de pico da formação estelar, ela mostra que esses sinais podem ser usados para estudar a evolução galáctica.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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