“Somente movimentos sociais [paraguaios] mais isolados durante esse período de 1940 a 1980 vão apresentar algumas manifestações pontuais sobre isso, e que serão rapidamente repreendidas, porque a gente está falando do período militar do Paraguai e do Brasil.”
“Ou seja, a gente tem uma certa dificuldade em definir esse contingente. A gente não sabe, por exemplo, se no caso do Itamaraty eles já estão levando em consideração descendentes, filhos de brasileiros que nasceram no Paraguai, mas têm direito à cidadania brasileira caso ela seja requerida. […] É muito imprecisa essa informação.”
“Se o Paraguai definisse uma faixa de fronteira de 150 quilômetros, é quase que o Paraguai inteiro dentro da faixa de fronteira. Então é uma faixa de fronteira menor, de 50 quilômetros, mas é uma faixa de fronteira que estava ocupada até aquele momento fundamentalmente pelos brasileiros.”
Quais os impactos causados pelos brasiguaios?
“Quando os brasileiros chegam ao Paraguai […], eles vão introduzindo uma série de valores que são próprios do Brasil. A moeda brasileira, programas de rádio brasileiro, programas de televisão do Brasil, entre outras questões. Então se constrói um aparato ligado à questão identitária tanto na questão social quanto na cultural.”
“Tem várias outras nações aí, outros povos que estão envolvidos. Talvez o Brasil se destaque […] justamente pela expansão, pela quantidade. Então o que o Brasil promove, na verdade, no Paraguai, é uma expansão cada vez maior e internacional da fronteira agrícola que estava acontecendo no Brasil.”
“O campesino paraguaio, ele sobrevive durante séculos da maneira como sobrevive. Então a mata para ele era fundamental; é fundamental para ele talvez fazer uma pequena caçada, para ele ter um peixe, para ele ter uma lenha para queimar, e assim por diante. E esse espaço atualmente no Paraguai é quase que inexistente, justamente por conta desse modelo do agronegócio baseado no produto para exportação”, diz o especialista.
Fonte: sputniknewsbrasil