O Brasil, maior produtor e exportador mundial de laranjas e suco de laranja, enfrenta uma alta significativa nos preços da fruta e do suco devido a uma colheita mais fraca. Desde o início do ano, os preços vêm subindo, refletindo uma safra mais restrita e impactando diretamente o consumidor final.
No Cinturão Citrícola, localizado entre São Paulo e Minas Gerais, a produção anual de laranjas é, em média, de 315 milhões de caixas. No entanto, a estimativa para a safra 2024/25 prevê uma redução para 232,38 milhões de caixas, uma queda de aproximadamente 24% em relação à safra anterior. Segundo dados do Cepea, a fruta destinada à moagem alcançou recentemente o preço de R$ 85 por caixa de 40,8 kg no Estado de São Paulo, um recorde desde 1994.
De acordo com Thiago Pettinato, superintendente de Câmbio e Trade Finance da Multiplica Crédito & Investimentos, os agricultores do Cinturão Citrícola estão enfrentando desafios significativos, incluindo condições climáticas adversas e a doença Greening. Muitos produtores, incapazes de controlar o Greening, optaram por arrendar suas terras ou trocar de cultura, cultivando cana-de-açúcar em vez de laranjas. Essa mudança reduziu ainda mais a oferta de laranjas e contribuiu para o aumento dos preços. Pettinato explica: “Devido ao calor excessivo, muitos processadores de suco iniciaram o processamento das laranjas em 1º de maio, ao invés de junho, para evitar maiores perdas”.
A redução na oferta de laranjas e o aumento dos preços já estão sendo sentidos pelo consumidor final. O preço da fruta reflete diretamente nos sucos e outros produtos derivados. Pettinato ressalta que, além das condições climáticas, outros fatores estão contribuindo para a elevação dos preços no mercado mundial. “A pandemia de COVID-19 fez com que o suco de laranja se tornasse um produto premium e muito procurado devido à sua alta concentração de vitamina C. Além disso, a doença Greening na Flórida (EUA) devastou as plantações do estado, e a crescente utilização do suco de laranja em outras misturas de sucos também contribuiu para a elevação dos preços”, afirma.
Apesar da queda na produção, o preço do suco de laranja se mantém alto, o que é favorável para as exportações brasileiras. A alta do dólar também favorece a venda do produto no mercado externo, beneficiando a indústria de processamento de cítricos. “O consumidor final continuará sendo impactado pelo preço do suco de laranja nas gôndolas do mercado devido aos fatores acima citados e, principalmente, pela alta do dólar”, explica Pettinato.
Ainda segundo ele, é importante lembrar que, mesmo com a mudança climática, esse não é o único fator para a elevação do preço do suco de laranja no mercado mundial. “A pandemia de COVID-19 fez com que o suco de laranja se tornasse um produto premium e muito procurado devido à sua concentração de vitamina C. Além disso, a doença Greening na Flórida (EUA) devastou as plantações do estado, e o aumento da utilização do suco de laranja para compor outros sucos também contribuiu para a elevação dos preços”, afirma.
Mesmo com a expectativa de uma queda na colheita de laranjas na safra 2024/2025 de 24% (232 milhões de caixas) em relação à safra 2023/2024, o preço do suco de laranja se mantém em alta e favorável para a exportação brasileira, beneficiando a indústria de processamento de cítricos. “O consumidor final continuará sendo impactado pelo preço do suco de laranja nas gôndolas do mercado devido aos fatores acima citados e, principalmente, pela alta do dólar, que favorece a venda do produto para o mercado externo”, conclui Pettinato.
Fonte: noticiasagricolas