Que mensagem a retirada do porta-aviões USS Ford do Oriente Médio envia a Israel?


O USS Gerald R. Ford encerrou sua missão no Mediterrâneo oriental. O porta-aviões e o seu grupo de ataque de apoio foram enviados na sequência do ataque-surpresa do Hamas a Israel, em 7 de outubro.
O grupo de ataque opera na região há mais de dois meses, enquanto o conflito palestino-israelense avançava. Por que a Marinha dos EUA decidiu revogá-lo?
Na visão do professor de ciências políticas e relações internacionais na Universidade Árabe-Americana Ayman Yousef, ouvido pela Sputnik, “a retirada do porta-aviões foi decidida pela administração dos EUA para cumprir objetivos diferentes“.

“Em primeiro lugar, faz parte da segurança nacional devolvê-lo à sua terra natal. Existem diferentes requisitos consideráveis ​​de segurança […], e eles não podem mantê-lo por mais tempo […] pois têm suas próprias obrigações e compromissos de segurança em casa. Um segundo fator é uma mensagem para Israel seguir para a fase de desescalada ou para a fase de teatro da sua agressão sobre a Faixa de Gaza”, analisou Yousef.

O especialista relembrou que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não está respondendo positivamente a diferentes iniciativas e apelos para interromper a campanha em Gaza, ou para ter maior cuidado com os civis.

“Portanto essa retirada tem uma mensagem implícita para Netanyahu, para o seu gabinete e para Israel em geral, de que os EUA não podem dar-lhe mais tempo. A sua consideração é uma espécie de [apelo por uma] transformação clara para uma via política para [resolver] o conflito”, afirmou o professor à Sputnik.

Yousef destacou que Turquia, Catar, Egito e outros países estão interessados ​​no cessar-fogo, reforçando que a retirada das forças dos EUA da região oriental envia “uma mensagem clara” a Tel Aviv de que “as opções de Washington nesta fase são políticas“.
Além disso, os EUA têm atualmente “prioridades estratégicas diferentes” no que diz respeito à Rússia, ao conflito ucraniano, à União Europeia e à China.
Porta-aviões USS Gerald R. Ford dos EUA navegando perto da ilha de Jeloya, em Moss, Noruega, 24 de maio de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 01.01.2024

Mesmo assim, Washington afirmou aos seus aliados israelenses que continuará a manter sua presença militar na região, com o USS Dwight Eisenhower a ser destacado para o golfo de Áden, perto do Iêmen, para dissuadir os ataques houthis.
Ao mesmo tempo, o navio de assalto anfíbio USS Bataan, o de desembarque USS Carter Hall e a doca de transporte anfíbio USS Mesa Verde estão atualmente operando no Mediterrâneo oriental.
A situação no Oriente Médio é crítica, não só pelo número de mortos em Gaza, que já ultrapassa a triste marca de 22 mil, como pela escalada nos arredores. Hoje (2) Israel matou o vice-chefe do Hamas em Beirute, no Líbano, ação que possivelmente vai intensificar o conflito na região.

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Lula sanciona LDO de 2024 com vetos, mas mantém meta de déficit primário zero
Próxima F1: “Se o pai estivesse presente, as coisas seriam diferentes”, disse Ecclestone sobre Mick Schumacher