“Somos um continente colonizado. Nossa cabeça historicamente era voltada, de um lado, para a Europa, onde estavam os colonizadores, e, do outro lado, para uma economia mais pujante, sobretudo a dos EUA.”
“E por isso os Estados Unidos, que deveriam cuidar disso, gerando emprego para seus vizinhos, […] têm uma política de construir um muro para que os latino-americanos, à procura de […] trabalho, na publicidade tão grande que eles fazem, sejam considerados bandidos”, criticou o presidente brasileiro.
“Na área de Defesa, não queremos apenas vender aviões ou navios. Nossa proposta é criar parcerias estratégicas com transferência de tecnologia. A reativação da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral será fundamental para eliminar os entraves”, afirmou.
“Que América do Sul nós queremos? Que país nós queremos? Que política de integração nós queremos?”, questionou, afirmando que quanto mais forte o Brasil estiver, mais será respeitado por EUA, União Europeia, China, Rússia e Índia.
“O crescimento econômico de um país, de um empresário e de uma sociedade tem que estar associado ao crescimento daqueles que trabalham. Quem faz o trabalho não é o empresário, são os trabalhadores […], então não custa nada repetir um pouco, melhorar”, destacou, citando que a pobreza aumenta diversos crimes, incluindo o organizado.
União para se proteger de interesses do Ocidente
“Teria que ter, ou pelo menos a partir desse eixo Petro e Lula, uma volta de uma interlocução maior entre os governos latino-americanos, para fazer frente a essas pressões.”
América do Sul e estabilidade regional
“O tema mais espinhoso é a questão militar envolvendo Essequibo. A insegurança e a instabilidade regional voltaram a rondar a América do Sul”, segundo ele por conta também dessa disputa com a Guiana.
“O Brasil gostaria muito de ter a Colômbia no Mercosul, […] para contrabalançar a perda de importância do Mercosul por conta do governo Milei.”
Como Brasil e Colômbia impactam a situação da Floresta Amazônica?
“O uso de energias renováveis é igualmente central para o desenvolvimento sustentável. Quando participou da cúpula de chefes de Estado da América do Sul, o presidente Petro afirmou que a América do Sul pode ser a Arábia Saudita da energia limpa. E o presidente Petro tem toda razão. Parte do fluxo de investimentos entre os nossos países já se concentra no setor energético”, afirmou Lula.
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Fonte: sputniknewsbrasil