As crateras de impacto da superfície da Lua, que variam de cavidades microscópicas a bacias massivas de mais de 1.000 quilômetros de diâmetro, se formaram principalmente durante o Bombardeio Intenso Tardio, há cerca de 4 bilhões de anos, quando o Sistema Solar interno passou por um intenso período de impactos de asteroides e cometas.
Ao contrário da Terra, onde o intemperismo, a erosão e a atividade tectônica remodelam continuamente a superfície, a Lua não possui atmosfera nem atividade geológica significativa, permitindo que essas características de impacto permaneçam preservadas por bilhões de anos. Este registro de crateras notavelmente preservado serve para capturar a história crucial da formação e evolução do nosso Sistema Solar.
© Foto / NASACrateras lunares sobre o Polo Sul
Crateras lunares sobre o Polo Sul
© Foto / NASA
Durante a formação das crateras, uma quantidade significativa do material lunar ejetado atinge a velocidade de escape da Lua e chega à Terra. O estudo dessas rochas nos ajuda a entender como o material se move entre os dois corpos.
Uma equipe de pesquisadores voltou sua atenção para este estudo. Liderados por José Daniel Castro-Cisneros, a equipe utilizou modelos computacionais melhores do que estudos anteriores para rastrear como os detritos lunares chegam à Terra.
O estudo utiliza simulações para examinar mais condições iniciais ao longo de períodos de tempo mais longos, a fim de estimar melhor a quantidade de material lunar que chega à Terra e se ele contribui para a formação de objetos próximos à Terra.
A equipe também esperava que, ao estudar as trajetórias dos detritos lunares, pudesse reconstruir a linha do tempo do impacto na Terra e como ele afetou a vida e a geologia. Eles também estão especialmente interessados em objetos como Kamo’oalewa, que se acredita ter entre 36 e 100 metros de diâmetro, orbitando perto da Terra e que pode, na verdade, ser um pedaço da Lua.
Estudos anteriores de ejeção lunar foram aprimorados com o uso do pacote de simulação REBOUND para rastrear partículas da Lua por 100.000 anos. Ao contrário de trabalhos anteriores que utilizaram fases separadas, a equipe modelou simultaneamente a Terra e a Lua usando uma distribuição de velocidade de ejeção mais realista.
Fonte: sputniknewsbrasil