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Você já ouviu falar do ‘No Nut November’? Este é um desafio anual na internet, conhecido como NNN, onde homens tentam se abster de sexo ou masturbação durante um mês inteiro. A ideia é evitar a ejaculação e reter o sêmen. Esta tendência ganhou força em fóruns como o Reddit nos últimos anos. Há alegações de que não ejacular pode trazer benefícios à saúde, como ajudar no desenvolvimento muscular, aumentar a resistência, diminuir o estresse, melhorar a concentração e até aumentar a libido e a função erétil. Muitos veem este desafio como uma forma de testar sua força de vontade e autodisciplina.
Na verdade, pesquisas sugerem que ter relações sexuais ou masturbar-se algumas vezes por mês pode reduzir o risco de câncer de próstata.O câncer de próstata representa 29% de todos os casos de câncer no sexo masculino no Brasil, com aproximadamente 66 mil novos diagnósticos e quase 16 mil mortes por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença é responsável por 10% das mortes em pacientes homens no País. No mundo, é o quarto tipo de câncer mais incidente, representando 7,3% do total de novos casos, atrás dos cânceres de pulmão (12,4%), mama (11,6%), colorretal (9,6%), e à frente de câncer de estômago (4,9%).
Não se sabe exatamente o que causa a doença. No entanto, a maioria dos fatores de risco, como ser maior de 50 anos, ser negro, obeso ou ter histórico familiar da doença, não são modificáveis. Por isso, os pesquisadores ficaram animados ao descobrir que pode haver um fator de risco modificável — o quanto um homem faz sexo. Para aqueles que não estão em um relacionamento, não há necessidade de preocupação, pois a ejaculação por meio da masturbação também foi incluída no estudo.
Cientistas dos EUA entrevistaram quase 32.000 homens sobre seus hábitos de ejaculação e os acompanharam para ver se foram diagnosticados com essa doença mortal. Homens entre 20 e 29 anos que ejaculavam 21 vezes por mês (cinco vezes por semana) tinham cerca de um terço menos probabilidade de sofrer de câncer de próstata do que aqueles que faziam isso apenas quatro a sete vezes por mês. Aqueles entre 40 e 49 anos tinham uma probabilidade 32% menor, de acordo com os resultados. A Dra. Jennifer Rider, da Universidade de Boston, afirmou: “Avaliamos se a frequência de ejaculação ao longo da vida adulta está relacionada ao risco de câncer de próstata em um grande estudo nos EUA. Descobrimos que homens que relataram maior frequência ejaculatória comparado a menor frequência na vida adulta tinham menor probabilidade de serem diagnosticados posteriormente com câncer de próstata.”
Essas descobertas fornecem evidências adicionais de um papel benéfico da ejaculação mais frequente ao longo da vida adulta na etiologia do câncer de próstata, particularmente para doenças de baixo risco. O estudo, publicado na revista European Urology em 2016, pesquisou 31.925 homens em 1992 e os acompanhou até 2010.
Na maioria dos casos, o câncer de próstata não apresenta sintomas até que o crescimento seja grande o suficiente para pressionar a uretra — o tubo por onde se urina. Os sintomas incluem: necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite; necessidade urgente de ir ao banheiro; dificuldade em começar a urinar; fluxo fraco; esforço e necessidade de mais tempo para urinar; sensação de que a bexiga não esvaziou completamente. A próstata de muitos homens aumenta com a idade devido a condições não cancerosas, como aumento benigno da próstata e hiperplasia prostática benigna. Na verdade, essas duas condições são mais comuns do que o câncer de próstata — mas isso não significa que os sintomas devem ser ignorados. Os sinais de que o câncer se espalhou incluem dor nos ossos, nas costas ou nos testículos, perda de apetite e perda de peso inexplicada.
Os pesquisadores possuem várias teorias para explicar essa ligação. Por exemplo, há a hipótese de que, sem ejaculações frequentes, ‘secreções cancerígenas’ não são eliminadas. Um estudo australiano chegou a conclusões semelhantes. No entanto, os resultados não são conclusivos, e mais pesquisas precisam ser feitas. Mas, por enquanto, não há mal em os médicos prescreverem ‘mais sexo’.
Fonte: gazetabrasil






