Apesar de serem relativamente simples na sua concepção, os pneus são muito importantes para a dinâmica e segurança de um carro, carregando muita tecnologia e engenharia na sua composição e fabricação. Por isso, trocar o pneu do carro é uma tarefa que todo motorista deve estar preparado para realizar, seja em uma emergência ou como parte da manutenção preventiva do veículo.
Mas qual a melhor forma de saber o momento de fazer essa troca e como fazê-la com segurança? Neste artigo, nós da Autoesporte conversamos com especialistas e reunimos orientações de especialistas para explicar quando e como realizar a troca dos pneus, além de dicas sobre a escolha correta e cuidados após a substituição.
Exceto em um caso muito claro de furo ou rasgo, a substituição dos pneus deve ser feita quando a profundidade dos sulcos da banda de rodagem atinge o limite mínimo de 1,6 mm, como alerta Hugo Issao Terazaki, gerente de serviços técnicos da Dunlop Pneus. Esse limite é indicado pelo Tread Wear Indicator (TWI), uma marcação nos sulcos do pneu que ajuda a identificar o momento de realizar a troca. Normalmente, é possível encontrar o TWI por uma “flecha” na parede, ou lateral, do pneu.
Além do desgaste da banda de rodagem, outros fatores podem sinalizar que é hora de trocar o pneu, como o ressecamento da borracha e desgaste irregular.
Pneus ressecados apresentam rachaduras e podem romper, causando perda de controle do veículo. Além disso, uma borracha ressecada indica que ela perdeu suas propriedades químicas, e podem perder sua flexibilidade e deformação original. Isso causa um grande risco especialmente em condições de chuva.
“Rodar com pneus ressecados aumenta os riscos de acidentes, pois eles perdem aderência e estabilidade”, acrescenta o especialista da Dunlop.
Flavio Santana, Gerente de Produto da Michelin América do Sul, recomenda também uma inspeção visual quinzenal nos pneus, durante a calibragem ou antes de uma viagem longa.
“Caso algum ponto do pneu esteja gasto ou com cortes e deformações, deve-se levar o veículo a uma revenda autorizada para verificação detalhada”, orienta Santana.
O tempo de vida útil médio de um pneu é de aproximadamente 5 a 6 anos, mesmo que a quilometragem não tenha sido atingida, segundo Terazaki.
Já a quilometragem para a troca varia entre 40.000 e 60.000 km, dependendo do tipo de pneu e das condições de uso. Flavio Santana complementa, destacando que pneus com mais de 10 anos devem ser substituídos, independentemente de seu estado, devido à degradação natural da borracha.
Escolher o pneu correto também é essencial para manter a segurança e o desempenho do veículo. A recomendação é seguir as especificações do fabricante do carro, indicadas no manual do proprietário, tanto nas medidas quanto na marca e modelo, quando especificado.
“Trocar o pneu por um modelo ou medida não recomendada pode impactar negativamente na dirigibilidade, segurança e até no consumo de combustível”, afirma Terazaki.
Pneus fora das especificações podem afetar o sistema de suspensão e causar desgaste irregular. Santana alerta que pneus maiores ou menores do que os recomendados alteram a relação de transmissão do veículo, o que pode comprometer a potência e a estabilidade, além de aumentar o consumo de combustível.
Após realizar a troca dos pneus, é fundamental garantir que o veículo passe por uma verificação de balanceamento, alinhamento e calibragem. Essas etapas são cruciais para a vida útil dos pneus e o conforto ao dirigir.
“O balanceamento evita vibrações e o desgaste irregular; o alinhamento preserva a estabilidade e garante que os pneus estejam alinhados com a suspensão“, explica Terazaki.
Santana destaca a importância de manter a pressão correta dos pneus.
“Um veículo rodando com pressões baixas terá a aderência em piso molhado diminuída, e o carro gastará mais combustível”, alerta.
A recomendação é verificar a pressão dos pneus a cada 15 dias para evitar o desgaste prematuro e garantir a segurança.
Trocar o pneu em casa é possível, mas é preciso tomar cuidados extras para garantir a segurança. Hugo Issao Terazaki recomenda que o serviço seja feito em locais especializados, mas, em situações emergenciais, é possível realizar a troca desde que o motorista tenha as ferramentas corretas: um macaco hidráulico, chave de roda e calços para travar o carro.
No entanto, Flavio Santana enfatiza que caso seja preciso montar e desmontar os pneus das rodas, o serviço exige máquinas específicas e profissionais capacitados. “Um pneu mal montado pode se romper em uso e gerar perda de controle do veículo”, adverte.
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Fonte: direitonews
