Vários especialistas identificaram os desafios a superar para o conseguir e comentaram os testes de aviões russos de nova geração baseados em componentes nacionais.
O primeiro desafio é conseguir uma maior eficácia do voo a velocidades supersônicas, explicou o vice-presidente da Academia de Ciências da Rússia, Sergei Chernyshev, em uma entrevista ao portal Nauchnaya Rossiya (Rússia Científica). Para isso, deve ser reduzido o consumo de combustível, o que requer uma boa aerodinâmica, bem como um design de avião mais leve e resistente.
O segundo problema diz respeito à segurança ambiental da aeronave, em particular ao ruído produzido por este tipo de aeronaves.
Além disso, continua o especialista, deve ser resolvido o problema da explosão sônica – o componente audível da onda de choque provocada por um objeto quando ultrapassa a velocidade Mach 1, ou seja, quando ultrapassa a barreira da velocidade do som. Chernyshev lembrou que o ruído de explosão sônica de aviões de primeira geração desse tipo foi o principal fator que provocou a proibição dos voos supersônicos sobre zonas povoadas na Europa e nos Estados Unidos.
Por último, é necessário adaptar o sistema global de controle de voo aos aviões de alta velocidade que voam a grande altitude, disse o vice-presidente. Em sua opinião, já que os aviões supersônicos voariam a uma altitude de cerca de 15 quilômetros, o atual sistema de controle do tráfego aéreo deve ser adaptado a eles, pois “não é uma tarefa fácil para os controladores aéreos”.
© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensO avião passageiro supersônico Tu-144 no Salão Aeroespacial Internacional MAKS 2017, na cidade de Zhukovsky
O avião passageiro supersônico Tu-144 no Salão Aeroespacial Internacional MAKS 2017, na cidade de Zhukovsky
“Na época [de operações] do nosso Tu-144, o primeiro avião supersônico de passageiros do mundo, que começou a operar seis meses antes do Concorde franco-britânico, os operadores de tráfego aéreo queixavam-se de que não lhes dava tempo de mudar de uma zona de controle para outra: assim que um avião supersônico que passava era tomado sob controle, já estava se movendo para outra zona de controle”, explicou.
Da mesma forma, o avião deve estar equipado com motores, todos os sistemas de suporte vital, incluindo o sistema de controle de inteligência artificial, o sistema de visão etc., esclareceu Chernyshev.
“O principal critério de sucesso na construção de aeronaves civis é garantir a segurança do voo. O número de decolagens deve ser sempre igual ao número de pousos bem-sucedidos: esta é a lei fundamental”, concluiu.
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Fonte: sputniknewsbrasil