Qual vale a pena comprar: carro novo básico ou usado completão?


Carro novo menor e menos equipado ou seminovo completão ou de luxo? Em algum momento da vida, você já deve ter tido essa dúvida. Afinal, por que pagar por um modelo básico se com o mesmo dinheiro é possível colocar na garagem um veículo de segmento mais alto, ainda que com alguns anos de vida e milhares de quilômetros no odômetro?

Nas matérias e nos vídeos de Autoesporte chovem comentários desse tipo. Hyundai Azera, BMW Série 3, Mercedes-Benz Classe C, Honda Civic e Toyota Corolla são mencionados com frequência como opção a Renault Kwid, Fiat Argo, Hyundai HB20 etc.

Mas será que vale a pena optar por um carro novo mais simples em vez de adquirir um usado de categoria superior? Autoesporte ouviu especialistas e fez simulações com diferentes faixas de preços. Foram analisados, além do valor de compra, custos com manutenção, seguro e trocas de peças.

É preciso considerar que pouca gente faz a manutenção de usados em concessionárias. Dessa forma, apenas para efeito de comparação, trouxemos valores de uma simples troca de óleo e o primeiro serviço da revisão de um modelo novo.

O primeiro confronto fictício é uma forma de mostrar que, com os mesmos R$ 70 mil, é possível colocar na garagem um Renault Kwid novo ou um Toyota Corolla 2.0 automático 2014. Porém, os especialistas ouvidos por Autoesporte afirmam que essa comparação é pouco provável, já que os modelos têm compradores de distintos perfis.

Custos de seguro e manutenção são prova disso — a cesta de peças e a apólice do sedã japonês custam o dobro na comparação. Até por isso, a indicação dos especialistas é ter prudência. Muitas vezes é melhor controlar a empolgação de ver um modelo médio pelo mesmo preço de um subcompacto. “Modelos compactos automáticos como Prisma, Onix ou HB20 podem ser mais vantajosos do que um carro de segmento superior com quase 10 anos de uso”, afirma Rafael Spitaletti, proprietário da Car Hunters, empresa de consultoria de compra de carros.

Quando o orçamento sobe para R$ 100 mil ou R$ 150 mil, começam a aparecer carros de luxo com cinco ou seis anos de uso pelo mesmo preço de sedãs ou SUVs compactos. Aí a recomendação é fazer uma inspeção mecânica detalhada antes de fechar a compra.

“Nesse caso, é mais importante do que o normal que você se preocupe com a avaliação mecânica. No orçamento, deve ser separado cerca de 10% do valor para fazer uma boa revisão inicial e se blindar contra um custo não programado.” Se a grana estiver contada, talvez seja melhor partir para uma versão mais simples ou buscar o mesmo carro, mas com um ou dois anos a mais de uso. De todo modo, os custos de peças e manutenção são consideravelmente mais altos do que os de similares novos.

Quando vale a pena optar pelo novo em vez do usado?
Fizemos três comparações entre modelos novos e usados nas faixas de R$ 70 mil, R$ 100 mil e R$ 150 mil. Além do preço de compra, consideramos a cesta de peças e a cotação de seguros fornecida pela Minuto Seguros. Vale lembrar que nem sempre o perfil do comprador equivale ao dos modelos citados.

Sabemos que é improvável que alguém tenha essa dúvida. Especialistas recomendam a quem cogita um Kwid novo, por exemplo, buscar carros compactos como HB20 e Onix. Ainda assim, a comparação mostra o abismo nos custos de peças e seguro. O contraponto é que o Corolla traz câmbio automático e diversos itens de conforto a mais do que o pequeno Renault.

Na faixa dos R$ 100 mil já é possível encontrar carros de luxo com cinco anos de uso. O problema é que peças e seguro costumam acompanhar o status premium desses modelos. Uma simples troca de óleo do A3 Sedan, por exemplo, é quase três vezes mais cara do que a primeira revisão do Onix Plus. Em compensação, o Audi tem dirigibilidade mais acertada e melhor desempenho.

Na última faixa de preços, dois SUVs de cerca de R$ 150 mil. Se escolher o BMW, tenha em mente que trocar alguma peça pode sair bem caro. A cesta com dez itens é 6,5 vezes mais cara do que a do Volkswagen. Nesses casos, a recomendação é economizar na compra e poupar dinheiro para eventualidades. A vantagem do X1 é a conhecida condução esportiva da BMW.

*Cesta de peças inclui farol direito, retrovisor externo direito completo, capa do para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro do ar-condicionado, filtro de ar do motor, jogo de quatro amortecedores, pastilhas de freio dianteiras, filtro de óleo do motor e filtro de combustível. Seguro foi cotado pela Minuto Seguros

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Fonte: direitonews

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