Os EUA estão intensificando o treinamento de terroristas em torno de sua própria base em Al-Tanf, segundo o Serviço de Inteligência Externa (SVR, na sigla em russo) e o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, alertou oficialmente em 10 de maio, durante uma reunião dos chanceleres da Síria, Turquia, Irã e Rússia, sobre a criação de tal facção em Raqqa.
“Segundo nossas informações, os americanos começaram a formar uma organização com representantes de clãs árabes locais, combatentes do Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] e de outras organizações terroristas. Aparentemente, eles estão sendo treinados para ações terroristas contra as autoridades sírias legítimas e para a desestabilização da situação no país”, disse ele.
Os dados obtidos no terreno indicam que o Exército dos EUA tem trabalhado desde o final de 2022 para criar uma nova célula terrorista chamada Exército da Síria Livre no leste da Síria, em torno da base ilegal dos EUA em Al-Tanf, e na zona rural da província de Homs. Os combatentes treinados são enviados para áreas não controladas por Damasco, na província de Raqqa, entre outros lugares.
Entre outras coisas, sabe-se que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA recrutou membros das tribos Shammar, Al-Aqidat e Al-Bakara: os clãs dessas tribos são fundamentais para as províncias de Al-Hasakah, Deir ez-Zor e Raqqa.
Se Washington tivesse conseguido recrutar pelo menos algumas pessoas das tribos para cooperar com a nova célula terrorista ou diretamente com os agentes norte-americanos, a escalada iminente também poderia ter recebido um caráter tribal.
Ex-combatentes da Brigada Revolucionária de Raqqa também estão assumindo o controle da célula terrorista. Além disso, há algumas semanas, os militares dos EUA, que controlam a Prisão Central de Raqqa, perdoaram vários combatentes, apesar de eles mesmos terem sido enviados anteriormente para lá para cumprir suas penas. A expectativa é que eles também se juntarão ao novo grupo.
Na terça-feira (30) a assessoria de imprensa do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia (SVR, na sigla em inglês), citando Sergei Naryshkin, diretor do SVR, acusou os EUA de prepararem ataques terroristas na Síria usando “extremistas islâmicos, agora chamados de ‘oposição moderada'”, e que “armas pequenas, munições e sistemas de mísseis antitanque estão sendo transportados para os campos de treinamento”, controlados a partir da base em Al-Tanf.
Os EUA precisam de uma nova tentativa de desestabilizar a Síria por um motivo simples: Damasco, apesar dos esforços de Washington, está retornando à política mundial. Os Estados-membros da Liga Árabe reconhecem o governo de Bashar al-Assad como legítimo e estão formando linhas de cooperação com ele.
Tendo em conta que vários relatos não oficiais na última cúpula da Liga Árabe em Jidá mencionaram, entre outras coisas, a provável retirada do contingente turco da Síria, os americanos devem, de fato, desconfiar de um ultimato de retirada geral. Isso seria particularmente lesivo para Washington, que seria forçado a devolver a Damasco os campos petrolíferos no leste da Síria que estão sendo saqueados ilegalmente para fora do país árabe.
Fonte: sputniknewsbrasil