O Qual Comprar é uma tradição da Autoesporte e define os melhores carros de cada segmento do Brasil. Em 2023, nossa equipe avaliou 153 modelos e indica as compras mais vantajosas de dezesseis categorias. Abrindo a disputa estão os hatches compactos, com 12 carros, entre eles os mais baratos do Brasil, como Renault Kwid e Fiat Mobi, e os líderes de venda: Hyundai HB20 e Chevrolet Onix. Qual leva a melhor?
Hyundai HB20
O ano não começou bem para o Hyundai HB20. Acostumado ao primeiro lugar do ranking de vendas, o compacto só deslanchou em março, ficando em segundo, logo atrás da picape Fiat Strada. Além de recuperar as boas vendas, o HB20 foi eleito o melhor da categoria.
Dono de um dos menores custos de revisões e seguro, o HB20 é versátil e relativamente bem equipado. De série, tem seis airbags, controles de estabilidade e de tração e assistente de partida em rampa. Nossa indicação é a versão Comfort, oferecida com motor 1.0 turbo de 120 cv com a divertida opção de câmbio manual ou a confortável caixa automática. A central multimídia de oito polegadas passa a trazer conexões para Android Auto e Apple CarPlay sem fio na linha 2023. A Hyundai também instalou um carregador de celular por indução, escondido abaixo dos comandos do ar-condicionado, que é digital nas versões Platinum e Platinum Plus.
Chevrolet Onix
Um dos líderes de vendas do mercado, o Onix retomou o fôlego na produção depois da falta de componentes que afetou até a lista de equipamentos, fazendo com que unidades saíssem de fábrica até sem Bluetooth. Com as entregas normalizadas, a linha 2024 chegou com os opcionais concentrados em um pacote único.
A versão sugerida, LTZ, perdeu a opção de câmbio manual, mas segue como alternativa com caixa automática de seis marchas, que já era a mais vendida há bastante tempo, sempre acompanhada do motor 1.0 turbo de 116 cv.
O hatch com jeito de SUV feito pela Citroën com motor de Fiat tinha tudo para vender mais, mas ainda não conseguiu decolar no ranking de emplacamentos. De qualquer forma, o carro oferece boa relação custo/benefício, principalmente a versão Feel com motor 1.0 de 75 cv e câmbio manual. Ela vem com equipamentos como central multimídia de 10 polegadas, rodas de liga leve de 15 polegadas e vidros elétricos nas quatro portas. De quebra, tem um dos maiores porta-malas da categoria, com 315 litros.
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Ao lado do Renault Kwid, o Fiat Mobi é o mais próximo que temos de um carro popular no Brasil, mesmo que custe quase R$ 70 mil. Ele entrega o que se espera de um carro urbano, ou seja, agilidade no trânsito e economia de combustível com seu motor 1.0 de 74 cv. Chega a fazer 13,5 km/l com gasolina na cidade.
Na estrada, atinge 15 km/l. Só não dá para esperar conforto e espaço — como o do porta-malas, com apenas 200 litros, o menor da categoria. Apesar do preço baixo na compra, o Mobi tem seguro e revisões mais caros que os do “irmão maior” Argo.
Lançado em 2017 e com praticamente a mesma cara até hoje, o Fiat Argo ocupa o posto de carro automático mais barato do Brasil (estamos falando de preços acima de R$ 90 mil). A versão indicada, no entanto, é a segunda mais barata do hatch, Drive 1.0. Na faixa dos R$ 80 mil, tem seguro entre os mais baratos da categoria, bom espaço interno e porta-malas de 300 litros.
Também já vem com central multimídia de 7 polegadas e assistente de partida em rampa, mas traz apenas dois airbags, diferentemente de Onix e HB20, que possuem seis bolsas.
A linha 2024 do City traz uma nova cor e mais conectividade desde a versão de entrada, com um sistema que possibilita comandar algumas funções pelo celular. Mas é um carro caro: parte de R$ 125.900, sempre com motor 1.5 de 126 cv. É também o dono da cesta de peças mais cara da categoria, o que reflete no seguro, o mais alto do segmento.
Porém, tem vantagens como o bom espaço interno e o elevado nível de equipamentos. A versão indicada é a Touring; com R$ 10 mil a mais, inclui controle de velocidade adaptativo e frenagem automática de emergência.
A criação da Stellantis fez bem ao Peugeot 208, que passou a oferecer o bom motor 1.0 de 75 cv da Fiat. A intenção era dar um gás nas vendas e deixar o bem desenhado compacto menos raro nas ruas. Mas o preço não ficou tão atrativo quanto se poderia esperar.
Ele é R$ 10 mil mais caro que o Argo, por exemplo. Vale pensar na versão Style, que tem itens exclusivos na categoria, como teto solar panorâmico, faróis de LED e rodas escurecidas de 16 polegadas. Só que as peças e a apólice de seguro estão entre as mais altas da categoria.
Renault Kwid
O Kwid disputa com o Fiat Mobi o posto de carro mais barato do Brasil, mas reina sozinho quando o assunto é custo de propriedade. A cesta de Peças é a mais barata de todo este levantamento. Além disso, ele tem as Revisões mais em conta entre os carros a combustão e o menor consumo de combustível.
O compacto, porém, esbarra na qualidade do acabamento e na falta de espaço interno, apesar do bom porta-malas de 290 litros. A versão intermediária, Intense, é a mais indicada, pois inclui multimídia, câmera de ré e retrovisores elétricos.
Remanescente da família Sandero, o Stepway segue em linha para agradar a quem quer um SUV mas só pode pagar os R$ 80 mil pedidos por um hatch compacto com motor 1.0. Isso porque as versões 1.6 são caras demais para um carro que está há uma década sem grandes mudanças.
A maior vantagem é que o Stepway oferece bom espaço interno e um excelente porta-malas de 320 litros. O carro, porém, deve ter vida curta, já que um novo SUV da marca, baseado na terceira geração do Sandero, deve chegar às lojas em 2024.
Toyota Yaris
O Yaris é um daqueles modelos que não se destacam em quase nada, mas também não vão muito mal em nenhum aspecto. Tem preço inicial mais alto por não trazer motor 1.0. Com um 1.5 de 110 cv relativamente econômico, o hatch é bem equipado: tem sete airbags, central multimídia e câmbio automático.
O preço inicial próximo aos R$ 100 mil pode afastar compradores que não encontram uma opção menos recheada e potente. O Yaris, no entanto, pode ser a escolha do consumidor que preza por bom acabamento, espaço interno e desempenho.
O Polo passou pelo primeiro facelift dessa geração. Na frente, ficou mais parecido com o europeu, ainda que a traseira esteja quase inalterada. As versões turbinadas perderam potência, passando de 128 cv para 116 cv. O carro ainda perdeu os freios a disco na traseira: agora são utilizados tambores. Também vale ficar de olho nos preços das Revisões, de longe os mais altos do segmento.
Mas a dirigibilidade continua sendo seu ponto alto. Indicamos a versão Highline, que traz ar digital, carregador de celular sem fio e central multimídia de 10″.
A versão mais simples do Polo é citada à parte porque ganhou ares de um novo modelo. Tem a difícil missão de substituir o Gol, que se despediu depois de mais de 40 anos no mercado. Traz o bom motor 1.0 aspirado de 84 cv e câmbio manual de cinco marchas. Das outras versões do Polo, herda a boa dirigibilidade, mas o dono terá de arcar com o altíssimo custo das seis primeiras Revisões, mais que o dobro do que a Hyundai pede pelas manutenções do HB20. O Seguro, no entanto, o mais baixo da categoria, pode ajudar a compensar.
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Fonte: direitonews