“A Rússia propôs estender a presidência do Brasil e da presidente do banco, a sra. Rousseff, tendo em vista que este ano o Brasil ocupa a presidência do G20 e no próximo ano assume o bastão de nós e liderará o BRICS”, disse Putin durante a Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, realizada em Kazan.
“Em vários aspectos, ela compartilha a percepção dos desafios geopolíticos que o Sul Global […] enfrenta hoje”, disse De Conti à Sputnik Brasil. “Dilma se mostrou disposta a enfrentar a briga pela por transformações da ordem geopolítica internacional […] e enfatizou a agenda de desdolarização e foco nas moedas nacionais, o que agrada tanto ao Putin, quanto ao Xi Jinping.”
“A Rússia quer muito que o NDB avance, […] e, por isso, não quer transferir a problemática das sanções para o banco”, disse Rodriguez à Sputnik Brasil. “O presidente Putin foi muito acertado em fazer essa proposta de extensão para a manutenção de Dilma na presidência. E isso reflete a apreciação, tanto da Rússia quanto da China, do bom desempenho dela à frente da instituição.”
“No início, havia críticas de que a escolha de Dilma para liderar o banco havia sido política. Mas esse banco foi criado por propósitos políticos. Não há como fugir dessa realidade, pelo contrário, é isso o que faz esse banco interessante”, disse De Conti. “O NDB pode e deve ser um instrumento geopolítico para enfrentar as assimetrias globais, sobretudo nos sistemas monetários e financeiros.”
“Dilma tem repetidamente se manifestado em favor do alargamento do BRICS e, durante a Cúpula de Kazan, se expressou sobre a pertinência do NDB ser um banco dos países do Sul Global”, disse De Conti. “Então, há perspectiva de continuidade da expansão do banco, em paralelo ao aumento do uso de moedas nacionais.”
Fonte: sputniknewsbrasil