A proposta foi feita em Moscou durante uma declaração a jornalistas na noite deste sábado (10), madrugada de domingo (11) na Rússia, na qual falou sobre os eventos dos últimos quatro dias de celebrações em homenagem ao 80º aniversário do fim da Grande Guerra pela Pátria, como é chamada na Rússia a Segunda Guerra Mundial.
Putin afirmou que a Rússia tem esperança de que um dia sejam restabelecidas relações construtivas com a Europa e disse que Moscou, reiteradamente, apoiou um cessar-fogo no conflito ucraniano, que sempre foi sabotado por Kiev.
“Kiev violou 130 vezes o cessar-fogo de 30 dias sobre os ataques a instalações de energia. Kiev violou a trégua de Páscoa cinco mil vezes”, afirmou Putin.
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O líder russo frisou que Kiev também não respondeu à proposta de cessar-fogo para as celebrações do Dia da Vitória. “A Rússia informou seus homólogos ocidentais que Moscou poderá, no futuro, prolongar o cessar-fogo anunciado para o 80º aniversário do Dia da Vitória”, declarou o presidente russo, destacando que Kiev lançou ataques em grande escala após a proposta de trégua.
“O inimigo sofreu perdas muito pesadas em três dias de violações do cessar-fogo”, pontuou. Em seguida, ele afirmou que “a Rússia está pronta para negociações, sem quaisquer condições prévias”, com a Ucrânia.
“A Rússia convida a Ucrânia para retomar as negociações diretas em 15 de maio, em Istambul”, disse Putin.
Putin acrescentou que “Moscou está determinada a manter negociações sérias com a Ucrânia, com o objetivo de eliminar as causas profundas do conflito”.
“Nossa proposta, como dizem, está sobre a mesa. A decisão agora cabe às autoridades ucranianas e a seus patrocinadores, que parecem mais guiados por ambições políticas pessoais do que pelos interesses de seus povos — povos que querem continuar o conflito com a Rússia por meio dos nacionalistas ucranianos”, disse.
“A Rússia busca alcançar uma paz duradoura na Ucrânia durante as negociações”, prometeu o presidente russo, que também agradeceu ao Brasil pelos esforços de intermediação e a mediadores “pela ajuda na resolução pacífica do conflito“.
“Quem realmente quer a paz não pode deixar de apoiar a proposta de negociações”, afirmou.
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O líder russo reiterou que Moscou nunca se recusou ao diálogo com Kiev e lembrou que foi a Ucrânia quem interrompeu as conversas em 2022.
“Nunca nos negamos a negociar com a parte ucraniana. Lembro que não fomos nós que encerramos as negociações em 2022. Por isso, apesar de tudo, propomos às autoridades de Kiev que retomem o processo que elas mesmas interromperam no fim daquele ano”, concluiu.
O presidente russo também agradeceu aos parceiros estrangeiros que participaram da celebração do Dia da Vitória. “A Rússia homenageia todos aqueles que contribuíram para a vitória comum sobre o nazismo”, afirmou.
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Ele acrescentou ainda que as conversas bilaterais à margem das celebrações foram “significativas”.
“A ampla participação de líderes de países e organizações internacionais na celebração comprova a consolidação em torno de uma vitória comum sobre o nazismo”, disse Putin.
Putin realizou pelo menos 17 encontros bilaterais
Ao longo dos quatro dias de celebração na Rússia, Putin realizou 17 bilaterais com líderes estrangeiros. A agenda internacional de Putin para o evento teve início em 7 de maio, com um encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. No mesmo dia, o líder russo também se reuniu com os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez; da Mongólia, Ukhnaagiin Khurelsukh; e da República do Congo, Denis Sassou Nguesso.
Em 8 de maio, foi a vez das negociações bilaterais com a China, com a presença do presidente Xi Jinping. Na última sexta (9), após o tradicional Desfile da Vitória na Praça Vermelha, Putin deu sequência a uma série de reuniões internacionais. Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o líder russo se reuniu com o homólogo do Egito, Abdel Fattah al-Sisi.
Fonte: sputniknewsbrasil