Em sessão no Fórum Econômico na cidade russa de Vladivostok, no Extremo Oriente, Putin disse que, sob um acordo de intermediado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Turquia, apenas dois dos 87 navios, transportando 60 mil toneladas de alimentos, foram destinados ao Programa Alimentar Mundial. “O que estamos vendo é outra enganação descarada”, afirmou Putin. “É uma enganação da comunidade internacional, um enganação aos parceiros na África e outros países que precisam urgentemente de comida. É apenas uma fraude, uma atitude grosseira e arrogante em relação aos parceiros por quem tudo isso foi supostamente feito”, acusou.
Putin informou que entraria em contato com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para discutir a possibilidade de limitar a exportação de grãos e alimentos da Ucrânia. O líder russo acusou os países europeus de agirem novamente como colonizadores.
Ele argumentou que, com a abordagem do Ocidente ao acordo de grãos, “a escala dos problemas alimentares no mundo só aumentará, o que pode levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes”. “Espero que a situação eventualmente mude”, ressaltou.
A ameaça do líder do Kremlin expõe o risco de que a Rússia possa minar o acordo de grãos por meio de objeções processuais. Para continuar funcionando, o acordo requer a cooperação de Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU, as quatro partes que assinaram o acordo em julho. Nem a Rússia nem a Turquia têm qualquer controle direto sobre para onde a Ucrânia exporta seus produtos alimentícios no mercado internacional.