PSDB encolhe, PL cresce e país terá governadores de 10 partidos diferentes


PSDB encolhe, PL cresce e país terá governadores de 10 partidos diferentes

O segundo turno ainda definirá 12 governadores pelo país, mas os resultados deste domingo (2) já apontam tendências de novas correlações de forças nos estados.
Dez partidos já elegeram ao menos um governador, e outros dois ainda podem obter ao menos uma vitória na segunda rodada, no próximo dia 30.


Em três estados, os resultados de primeiro turno sacramentaram o fim de longos domínios de grupos políticos regionais, sinalizando também possível declínio partidário.

O PSDB não elegeu nenhum governador na primeira votação e ficará sem o estado de São Paulo depois de um domínio de 28 anos, com a derrota do candidato Rodrigo Garcia. O resultado ocorre na esteira de uma crise interna que fez o partido perder congressistas em janela partidária neste ano e enfrentar disputas entre alas.

Os tucanos ainda disputarão o segundo turno em quatro estados, entre eles, o Rio Grande do Sul, onde o representante do partido, Eduardo Leite, terá a difícil tarefa de fazer frente ao bolsonarista Onyx Lorenzoni, do PL, líder da primeira votação. Leite tentou se lançar à Presidência da República, mas perdeu prévias internas em 2021.

Outro estado com o PSDB em disputa será Pernambuco, onde a ex-prefeita tucana Raquel Lyra enfrentará Marília Arraes, ex-petista e hoje Solidariedade.

A eleição pernambucana, aliás, marca também o fim de longo domínio no estado do PSB, que vinha de quatro vitórias consecutivas. O candidato do partido, Danilo Cabral, ficou apenas em quarto lugar.

O PSB venceu no Maranhão e disputará o segundo turno no Espírito Santo e na Paraíba.

No Nordeste, haverá uma importante mudança de cenário político no Ceará, ainda que não com troca de partido vencedor.

O presidenciável derrotado Ciro Gomes (PDT) rompeu aliança que mantinha com o PT e viu seu candidato, o ex-prefeito Roberto Cláudio, ficar apenas na terceira colocação. O eleito foi o petista Elmano de Freitas.

Ciro, que foi governador de 1991 a 1994 pelo PSDB, desde então sempre lograva emplacar um aliado no governo –embora de diferentes partidos. O PDT, que ficou isolado no pleito presidencial, não venceu em nenhum estado e está também fora do segundo turno.

Partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL elegeu um governador, no Rio de Janeiro, e disputará o segundo turno em outros quatro estados, tendo chances de se tornar o partido com mais governadores.

Sem Bolsonaro, em 2018, a sigla não havia conquistado nenhum estado.

Outra legenda que pode sair da eleição com peso político ainda maior é a União Brasil, fusão do DEM com o ex-bolsonarista PSL e que possui verba pública quase bilionária, somando os fundos eleitoral e partidário.

O partido se manteve à frente de Goiás e Mato Grosso e disputará a rodada decisiva em Amazonas, Rondônia e Bahia.

O pleito baiano, aliás, pode também marcar o fim de uma longa hegemonia no segundo turno.

O PT governa o estado desde 2007, quando tirou do poder a aliança encabeçada pelo então PFL, antecessor do DEM.

Concorrem no segundo turno Jerônimo Rodrigues, que por pouco não venceu em primeiro turno, e ACM Neto, herdeiro político do grupo que anteriormente dominava a política local com o PFL.

O PT já elegeu neste domingo três chefes de Executivo, todos no Nordeste, e ainda concorre em mais quatro estados.

Elegeram dois governadores cada o MDB (DF e Pará) e o PP (Roraima e Acre).

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