Protestos pró-Palestina tomam as ruas no mundo árabe após ataque a hospital


No Líbano, multidões se reuniram em Beirute e gritaram palavras de ordem contra Israel e os Estados Unidos, que apoiam o país. “Os israelenses tentarão atingir mais hospitais, equipes de resgate, voluntários da defesa civil e residentes sem vacilar, a fim de expulsar o povo de Gaza”, disse Hashem Safieddine, alto funcionário do Hezbollah, aos manifestantes. A polícia local chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para conter os manifestantes.
Em Nablus, na Cisjordânia, o público gritava “Palestina livre” e houve confronto com as forças de segurança de Israel, que controlam o território. Uma menina de 12 anos morreu após ser baleada durante o ato.
O presidente russo Vladimir Putin, após de negociações com seu homólogo chinês Xi Jinping, durante a terceira edição do Fórum do Cinturão e Rota, em Pequim - Sputnik Brasil, 1920, 18.10.2023

Também ocorreram protestos em apoio aos palestinos na Tunísia, na Turquia e na Líbia, com bandeiras em apoio à independência do território. Na Jordânia, quase 5 mil pessoas se reuniram em frente à embaixada de Israel e pediram a expulsão da missão diplomática do país.
O oficial do Hamas Osama Hamdan convocou novos protestos na Palestina contra a atuação de Israel no conflito, que já deixou quase 4,5 mil pessoas mortas na Faixa de Gaza e no território israelense.
Na capital síria, Damasco, manifestantes se reuniram no entorno do Parlamento com bandeiras palestinas e alguns vestiam camisetas com a imagem do presidente Bashar al-Assad.

Países árabes mais próximos de Israel também condenaram ataque

Depois de estabelecer laços com Israel, durante os Acordos de Abraão de 2020, os Emirados Árabes Unidos culparam o país pelas mortes após o ataque ao hospital. “Os Emirados Árabes Unidos condenam veementemente o ataque israelense que resultou em centenas de pessoas mortas e feridas”, disse a agência de notícias oficial dos Emirados Árabes Unidos, WAM, nesta quarta-feira (18).
O Marrocos, que reconheceu o Estado de Israel também em 2020, e o Egito endossaram as condenações ao país. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, chamou o “bombardeio deliberado” de uma “clara violação do direito internacional”.

A história do conflito entre Israel e Palestina

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou a criação de dois Estados — um judeu e um árabe — na margem ocidental do rio Jordão, ao mesmo tempo em que Jerusalém manteria o status de zona internacional.
Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência. Imediatamente depois, Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque começaram uma guerra contra o Estado recém-formado.
Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (margem ocidental do rio Jordão), incluindo Jerusalém Oriental. Surgiram as colônias de judeus em terra palestina, levando ao deslocamento em massa de palestinos.
Após a Primeira Intifada (manifestação de resistência dos palestinos contra as autoridades israelenses nos territórios ocupados, que durou de 1987 a 1993), foi assinado o acordo de paz de Oslo. Foi um período de transição de cinco anos. Era para começar com a redistribuição de tropas israelenses da Faixa de Gaza e Cisjordânia e terminar com a determinação do status final dos territórios palestinos.
Em 1996, a Palestina realizou suas primeiras eleições, e Yasser Arafat, então líder da Organização para a Libertação da Palestina, foi eleito presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Em 2002, em meio à Segunda Intifada ou Intifada Al-Aqsa, os Estados Unidos, a União Europeia, a Rússia e as Nações Unidas propuseram um plano de paz denominado Roteiro para a Paz. Previa a retomada das negociações, a resolução do conflito e o estabelecimento de um Estado independente palestino.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, olha enquanto se senta ao lado do presidente dos EUA antes da reunião em Tel Aviv em 18 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.10.2023

Em 2005, Israel, unilateralmente, sem qualquer acordo político, retirou-se completamente da Faixa de Gaza.
Em 25 de janeiro de 2006, eleições legislativas foram realizadas pela segunda vez. Duas organizações se destacaram: o Hamas ganhou a maioria dos assentos (80), enquanto o Fatah levou 43 assentos no Conselho Legislativo Palestino.
Em junho de 2007, houve um conflito militar na Faixa de Gaza entre as duas frentes. O Hamas assumiu o controle total do território de Gaza, depois de expulsar a maioria dos ativistas do Fatah (que não era mais governo).
Em 29 de novembro de 2012, a Palestina recebeu o status de Estado observador nas Nações Unidas, evento que é amplamente considerado o reconhecimento de fato do Estado palestino pela comunidade internacional.
As tensões escalaram mais uma vez, drasticamente, quando, em 2018, o então presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como a capital israelense e transferiu a Embaixada dos EUA para lá.
Como resultado de ataques de foguetes a partir da Faixa de Gaza, Israel vem realizando operações contra a infraestrutura do Hamas desde 2008, tendo sido a última em maio de 2023.
Países como Rússia e Brasil têm pedido às duas partes em conflito que cheguem a um cessar-fogo e retornem à mesa de negociações.

Fonte: sputniknewsbrasil

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