Propostas de paz na Ucrânia do Brasil, China e África não são consideradas pelo Ocidente, diz Lavrov


O Ocidente não vai levar em conta a opinião dos países do Sul Global durante as discussões sobre o plano de paz proposto pelo presidente ucraniano Vladimir Zelensky, “apenas mudanças marginais” são possíveis, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta quinta-feira (4).

“Tudo isso é ouvido, mas não levado em conta de forma alguma. E não será levado em conta. Alguns esclarecimentos marginais são possíveis, mas a essência da ‘fórmula de Zelensky’ como um ultimato permanece inalterada”, disse Lavrov na mesa redonda com embaixadores de mais de 70 países dedicada à crise ucraniana.

Ainda de acordo com o chanceler russo, o fornecimento de ajuda à Ucrânia deve se tornar obrigatório para os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

“Agora eles querem transformar a assistência militar voluntária à Ucrânia dentro da OTAN em assistência militar obrigatória. Para forçar todos os membros da OTAN, através de uma disciplina rigorosa, a assinarem o fornecimento obrigatório de financiamento e armas ao regime de Kiev”, disse Lavrov durante a mesa redonda.

Em julho de 2023, às margens da Cúpula Rússia-África, Lavrov reconheceu a iniciativa do Brasil e da África do Sul de discutir uma saída diplomática para a crise, mas já havia considerado a falta de disposição dos aliados de Kiev de ouvir tais proposições.

“Perguntei aos que participaram da reunião de Davos que atenção tem sido dada a estas iniciativas da maioria mundial, e me disseram: ‘Não foi dada nenhuma atenção. Não são precisas iniciativas vindas deles'”, disse o chefe da diplomacia russa na ocasião.

Repetidamente, Moscou tem destacado que a chamada proposta de paz de Zelensky é simplesmente um ultimato para a Rússia, algo que é impossível de implementar.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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