Descumprimento de uma promessa
“O impacto de transferir a COP de Belém para outras cidades seria um descumprimento de uma promessa grande […] a população, em geral, vai ficar bastante consternada. Nós da Amazônia somos a periferia do Brasil e lutamos para ter visibilidade, pra que olhem para a diversidade da região“, afirma Angélica, defendendo a manutenção do local de realização.
“Entendo que o governo brasileiro está buscando alternativas e um possível plano B para manter o evento em Belém, mas buscar apoio de outras cidades para abrigarem parte da conferência, o que não seria o ideal, mas poderia sim ser uma saída, apesar de que para a participação e mobilização da sociedade civil e suas diversas representações acabam sendo fragilizadas pelas dificuldades que podem enfrentar em participarem dos espaços previstos“, sublinha o diretor da WCS, organização sem fins lucrativos focada na conservação da vida selvagem.
Sede da COP30: transferência poderia ter impacto negativo
“A transferência do protagonismo da Amazônia para qualquer outra cidade [fora da Amazônia] causaria um impacto muito ruim entre os países amazônicos, entre a comunidade internacional e dentro do próprio Brasil”, enfatizou Luciene Godoy.
Diversidade e urgência climática em foco
“A escolha da Amazônia como sede da COP não apenas destaca a urgência em enfrentar os desafios climáticos que impactam diretamente a região e seus habitantes, mas também sublinha a necessidade de desenvolver estratégias eficazes de adaptação nas cidades, assegurar a proteção e a soberania dos povos locais, e reconhecer o papel crucial da Amazônia na regulação do clima do planeta“, afirma Queiroz em declarações à agência.
E como ficam as outras cidades que estão de olho na COP?
“Não tem muita ‘vantagem’ fazer esse evento [a COP30] separado. A única coisa que faria ‘sentido’ ser separada seria a cúpula dos chefes de Estado — que poderia ser em Belém, enquanto a COP poderia ser realizada no Rio de Janeiro, única cidade brasileira preparada para receber um evento deste tamanho até o momento”, destacou a fonte.
“O problema central em Belém continua sendo a estrutura.[…] Não tem hotel suficiente para as delegações. Na capital paraense, existem apenas 2 hotéis 5 estrelas […] Só o primeiro-ministro da Índia viaja com 37 pessoas da comitiva pessoal dele, fora ministros, delegados […] Ele não entra em um avião sem essas 37 pessoas. Se multiplicar esse número pelo quantitativo de chefes de Estado que estiveram em Dubai recentemente, por exemplo, não tem como acomodar isso em Belém“, argumenta.
Definição precisa ser resolvida
“É importante agora que haja uma definição o mais rápido possível pois os arranjos prévios para a realização de um evento dessa magnitude precisam ser efetuados para propiciar o tempo necessário de preparação das cidades“, frisa.
Governo garantiu compromisso em Belém
Fonte: sputniknewsbrasil