Projeto promove diversidade sexual e de gênero na UFMT


Com objetivo de realizar ações para a prevenção e enfrentamento da discriminação contra o direito da pessoa Lésbicas, Gays, Bi, Trans, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Arromânticas/Agênero, Pan/Poli, Não-binárias e mais (LGBTQIAPN+), , a Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Prae) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realiza o projeto “Transforma UFMT”. A  proposta, que  visa dar visibilidade ao tema da diversidade sexual e de gênero, propõe ações de médio e longo prazo para a disseminação de informações científicas a toda a comunidade acadêmica.

A pró-reitora de Assistência Estudantil da UFMT, docente Lisiane Pereira de Jesus, explica que o projeto surgiu após relatos de preconceito e discriminação vivenciados por estudantes LGBTQIAPN+ no cotidiano acadêmico da UFMT e que demandavam intervenção da equipe da Prae. 

“Percebeu-se a urgência em suscitar debates em torno da temática da diversidade sexual e diversidade de gênero, com vistas a tornar a Universidade um ambiente mais acolhedor, em que a diversidade se liberte do peso do preconceito, contribuindo para que as pessoas possam exercer o direito à educação, em um espaço onde suas diferenças sejam respeitadas”, destacou.

A docente ressaltou ainda  que a Prae já vinha percebendo um sofrimento por parte da comunidade, que se sentiam sem voz. “Notávamos que estavam até mesmo violadas e inviabilizadas em relação a seus direitos e espaços. Esse projeto é o começo de uma resposta da UFMT para afirmar que elas existem e que reconhecemos,  a fim de  apoiá-las no que for possível, dando direcionamento para dar visibilidade, e valorizados e vistos”, destacou.

Universidade Plural 

A pró-reitora acrescentou que o desenvolvimento de  um projeto dessa importância deve ser pauta inicialmente no diálogo da comunidade. “ No começo das discussões  convidei diversos discentes da comunidade LGBTQIAPN+ para compreender os anseios e construir essa proposta de política juntos. Dentre as proposições falamos sobre a criação de um coletivo, para dar força nas proposições e provocações, a exemplo do Coletivo Negro, Quilombolas, estimulados pela Prae e essenciais na condição plural e democrática que é a Universidade”, ressaltou dizendo que o grupo caminha para sua consolidação, e integra as ações do Projeto Transforma.

Ainda dentro dessa ação institucional, está o “Plural  Podcast” que propõe contar as histórias de vivências de pessoas LGBTQIAPN+. “A ideia foi proposta por discentes do Câmpus do Araguaia, e a ideia é que a cada episódio seja apresentado e suscitado temáticas partindo de cada letra da sigla do movimento. Haverão entrevistas com pessoas que se identificam ou tenham assunto para abordar dentro de cada tema”, explicou dizendo do apoio do Curso de Jornalismo do Câmpus, e a possibilidade do alcance da ferramenta para toda UFMT, e demais espaços do Estado e Brasil.

Sobre o ação “Nós re(existimos): pessoas transgênero/travestis, homens e mulheres transexuais na UFMT” , também integra o Projeto Transforma, e objetiva realizar um levantamento quantitativo acerca dessas pessoas regularmente matriculadas na UFMT em cursos de graduação nos Câmpus do Araguaia, Cuiabá, Sinop e Várzea Grande. “Essa ação é conduzida por uma discente trans que integra o coletivo da UFMT. Dentre as discussões para desenvolvimento está a possibilidade de aplicação de questionário para  traçar o perfil”, disse, ressaltando que os dados auxiliarão para o desenvolvimento de  estratégias para combater a transfobia no espaço universitário.

Além das ações citadas, o projeto prevê o Cinedebate, com intuito de estimular, por meio do recurso cinematográfico, o debate entre as/os estudantes, contribuindo para a construção de pensamento crítico sobre o tema. A Revista JuMtos também é uma realidade na UFMT. Ela é realizada por discentes da Instituição, de forma voluntária. Já foram lançadas quatro  edições (em formato digital) com temáticas diferentes afirmando-se enquanto projeto cultural realizado por jovens universitários, periféricos e integrantes da comunidade LGBTQIAPN+. Saiba mais sobre essa ação no link.

“Para além desse planejamento, mesas-redondas, palestras e fóruns, que visam discutir acerca dos direitos humanos e das múltiplas facetas do preconceito e discriminação vivenciados pelos mais diversos grupos socioculturais também serão pensados e executados”, acrescentou, finalizando que ao evidenciar a comunidade LGBTQIAPN+, como sujeitos detentores de direitos a sociedade contribui para prevenir e enfrentar comportamentos e atitudes discriminatórias.

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Fonte: ufmt

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