Projeto produz primeiras ecobags com grafismo Bakairi


A comunidade da Terra Indígena Santana, do povo Bakairi, em Nobres (MT), produziu as primeiras ecobags com grafismo Bakairi. A ação faz parte do projeto Kurâ lâ Kurâ, iniciado a partir de atividade de vivência dos estudantes do curso de Psicologia do Instituto de Educação (IE) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), participantes do projeto Roda de Psicologia Social Comunitária (Comuni), coordenado pelos professores Mírian Sewo e Amailson Barros, com participação da docente aposentada Rosa Lúcia Rocha Ribeiro.

A atividade teve início em março deste ano como uma ação de extensão e hoje é um dos campos de estágio do curso, proporcionando aprendizado teórico-prático para os estudantes e contribuindo com a comunidade em seu processo de fortalecimento interno e construção de caminhos alternativos para geração de renda a partir de sua riqueza cultural e coletiva. 

A ideia de produzir as ecobags surgiu após reunião com a comunidade. Na oportunidade,  uma das lideranças manifestou preocupação com a necessidade cada vez maior da juventude ter que trabalhar fora da aldeia e com os impactos para a convivência e cultivo da cultura, pois a atividade absorve a maior parte do tempo dos jovens, inclusive aos finais de semana, e, na maioria das vezes, são trabalhos braçais que não apontam para uma perspectiva promissora para o futuro.

Nesta reunião, a comunidade compartilhou o sonho de produzir moda utilizando o grafismo Bakairi, aproveitando a prática de pintura tradicional e o conhecimento que algumas já possuem de artesanato, costura e produção de camisetas étnicas. Ao ouvir o sonho compartilhado, imediatamente os estudantes sugeriram a produção das ecobags com grafismo, considerando que este artefato tem sido de grande interesse entre os universitários. 

Após esse momento de partilhas de sonhos e conversas sobre as possibilidades e interesse de ambos os lados, iniciou-se uma segunda etapa que foi a de treino da pintura no tecido e de pré-venda de 15 ecobags para apoiadores iniciais do projeto. A terceira fase pretende produzir 100 ecobags para atender um evento a ser realizado na UFMT em novembro.

Todo esse envolvimento da universidade com o povo de Santana tem produzido alegria, esperança.“quando vocês chegaram aqui, vocês eram um grupo individual, e aqui tinha aquele sonho sonhado sozinho. Aí, hoje não é mais um sonho, agora é Kurâ lâ Kurâ”, explica Édna Rodrigues Ricardo, liderança Bakairi, acrescentando que a expressão equivale ao “É nós!”, “Tamo junto!”, “Junto e misturado”, gírias utilizadas atualmente.

Fonte: ufmt

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