Projeto da UFMT discute Psicologia e questões indígenas


Com o intuito de proporcionar aos estudantes de ensino superior um maior envolvimento com a causa indígena, além de levantar questões sobre o papel do psicólogo nestes locais, o projeto de extensão Roda de Psicologia Social Comunitária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus de Cuiabá,  realizou a primeira mesa-redonda da ação. “Decolonizando a Psicologia”. A atividade aconteceu no último dia 05, e  foi organizada por extensionistas que atuam na ação Caminhos Comuni – Bakairi, Aldeia Santana, situada no município de Nobres (MT).

A mesa-redonda teve como tema  “Psicologia e Questões Indígenas”, e foi composta pelos professores da UFMT Mírian Sewo e Reginaldo Araújo, e pelo professor André dos Santos, que faz parte do povo Bakairi e contribuiu para falar sobre as vivências da aldeia.

André dos Santos compartilhou com o público um pouco sobre a vivência na comunidade e o dia a dia como professor. Durante as discussões ele respondeu algumas perguntas, e comentou mais sobre as dificuldades que a comunidade vivencia, como o transporte para a cidade, hospital e escola. O docente comentou ainda sobre a desmotivação que muitos jovens indígenas sentem de tentar ingressar num curso superior, por conta do distanciamento físico e social da universidade.

Já o professor Reginaldo Araújo trouxe uma potente contextualização do que atravessa questões indígenas atualmente, elucidando acerca do que é o Marco Temporal e como as lutas indígenas estão atravessadas por violências desde a colonização, durante a ditadura e que segue até a atualidade. Para ele, a situação  gerou genocídios para diversas etnias, deixando uma vulnerabilidade expressiva em um país que valoriza o agronegócio. O professor também traz esperança diante a essa realidade pois muitos jovens indígenas seguem na resistência nas redes sociais e nas políticas públicas.

Demandas sociais

A professora Mírian Sewo falou sobre como surgiu o Caminhos Comuni e a importância de projetos como este. Além disso, relatou também a necessidade de diálogos sobre povos originários dentro da graduação de Psicologia na UFMT, levando em consideração a história não apenas do Brasil, mas também do estado de Mato Grosso. A professora apontou sobre a urgência de atrair os jovens indígenas para o ensino superior, e transformar a universidade num espaço mais acolhedor, enfatizando a vantagem e a emergência de políticas universitárias de permanência para os povos originários.

O Caminhos Comuni – Bakairi surgiu a partir de uma vivência realizada na Aldeia Santana, no município de Nobres-MT, em abril deste ano. Neste primeiro contato com a comunidade, os estudantes puderam conhecer e experienciar o cotidiano do povo Bakairi e, através disso, entender a importância de tais discussões. O objetivo da “Decolonizando a Psicologia” é fugir da ideia de “psicologia entre quatro paredes”, e mostrar a importância do psicólogo no contexto comunitário. Novas atividades estão sendo preparadas ainda para este semestre.

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Fonte: ufmt

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