Autoesporte vem publicando série de reportagens que destrincham os planos da Volkswagen para o futuro. Já revelamos que a fabricante de origem alemã pretende importar seu motor híbrido leve flex antes da produção nacional e também trouxemos detalhes acerca da segunda geração do Nivus. Aqui, neste texto, vamos dissecar o vindouro T-Cross.
Em 2024, a companhia alemã anunciou um ciclo de R$ 9 bilhões para o mercado brasileiro, que se somava a R$ 7 bilhões já provisionados anteriormente, totalizando R$ 16 bilhões. Parte desse montante será destinado ao desenvolvimento da segunda geração justamente do T-Cross — SUV mais vendido do Brasil no acumulado até setembro deste ano, com 65.987 emplacamentos.
Não à toa, o futuro modelo é uma das grandes apostas da Volkswagen. Chamado, ao menos por ora, de T-Cross NF (nova geração), também é conhecido como projeto A-SUV ou VW226, conforme informação apurada pela Mobiauto. Chegará no final de 2027.
O novo Volkswagen T-Cross usará a plataforma MQB Evo, derivada do novo T-Roc europeu, e estreará no Brasil o motor 1.5 TSI Evo2, uma evolução do 1.4 TSI, já convertido para flex. Também da família EA211, opera em ciclo Miller.
O propulsor traz melhorias como turbo de geometria variável, maior pressão de injeção, catalisador de três vias e filtro de partículas do combustível realocado para perto do motor, em um módulo unificado de controle de emissões. Tem ainda gerenciamento ativo de cilindros, que desativa até dois cilindros a cargas baixas ou médias a fim de economizar combustível.
No SUV, esse motor será usado em configuração híbrida leve de 48V, com cerca de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, ou híbrida plena, tal qual um Toyota Corolla Cross, com aproximadamente 170 cv e 31,6 kgfm. Nossa reportagem pode afirmar que, a princípio, só a versão de topo do novo T-Cross terá o conjunto HEV, que posteriormente será aplicado na picape Udara — que, bom frisar, terá a mesma base do SUV atual.
Mas voltemos ao T-Cross. Dá para notar pela projeção de João Kleber Amaral que o modelo carrega vários traços herdados do conceito ID. Cross. Na dianteira, destaque para faróis finos e integrados pella barra horizontal de LED (elemento que acompanha todos os novos modelos da marca).
De perfil, o novo T-Cross exibe os mesmos para-lamas esculpidos do ID. Cross, que também remetem ao ID.Every1. As molduras das caixas de roda são proeminentes, evidenciando robustez, e há apliques em preto nas colunas. Tudo muito similar ao conceito apresentado no Salão de Munique 2025.
“Se houver demanda [por um novo T-Cross], faremos, como sempre fizemos no Brasil. Temos recursos para isso. Vamos ajustá-lo [o conceito do ID. Cross] região por região, assim como podemos fazer um T-Cross [brasileiro] parecer diferente do que na Europa, se necessário. Com nossa longa história no Brasil, tudo é definitivamente possível”, disse o CEO global da Volkswagen, Thomas Schäfer, em entrevista exclusiva.
O novo projeto deve conviver com o T-Cross atuais, que passará por mais uma renovação visual. Assim como no caso do Nivus, há a possibilidade da Volkswagen adotar até mesmo outro nome para a nova geração do seu SUV mais vendido. Bom ainda destacar que o A-SUV (T-Cross G2 ou outro nome), na prática, será um sucessor do Taos, que deve sair de linha em um futuro não tão próximo.
Para produzir carros híbridos flex em São Bernardo do Campo (SP), a Volkswagen trará ao Brasil a plataforma MQB Evo e a motorização 1.5 TSI Evo2 MHEV e HEV do novo T-Roc europeu. Inclusive, toda a base estrutural será aproveitada do chamado “SUV do Golf”, em uma estratégia similar à da Renault com o Boreal em relação ao Dacia Bigster.
Já utilizado na Europa, o motor 1.5 pode equipar qualquer tipo de veículo a combustão, seja sem eletrificação, com 116 cv, seja híbrido plug-in, de 272 cv. No Brasil, será aplicado em híbridos leves de 48V e plenos. Não há previsão de uso em um modelo PHEV de produção nacional.
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Fonte: direitonews