Projeção: novo Volkswagen Nivus será híbrido e pode até mudar de nome


Uma das peculiaridades da indústria automobilística é o tempo em que as coisas acontecem. Quando uma fabricante faz anúncios bilionários de investimentos, já se pode esperar que a conversão daquelas cifras em ações concretas e produtos levará alguns anos. Com a Volkswagen não é diferente. E parte dos R$ 9 bilhões destinados para o mercado brasileiro será usada desenvolver a segunda geração de dois SUVs consagrados por aqui: Nivus e T-Cross.

Autoesporte apurou uma série de informações a respeito dos dois modelos, que chegam ao mercado a partir de 2027. A dupla vai ter um compartilhamento de componentes muito maior do que hoje, incluindo a linha de produção na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP). Este artigo é o primeiro de uma série de reportagens sobre os planos da marca alemã para os próximos anos, e vai tratar especificamente do Nivus.

Como todos os futuros lançamentos, o novo Nivus é tratado internamente por códigos. No caso, Nivus NF, projeto Saga ou VW213. O lançamento da segunda geração deve acontecer somente em 2028. Afinal, o SUV cupê recebeu uma reestilização de meio de ciclo em 2024 e segue com estilo atualizado.

Começando pela base, o novo Nivus vai trocar a plataforma MQB A0 pela MQB Evo, derivada do novo T-Roc europeu. Uma das razões para isso é a necessidade de melhorias em eficiência energética. A Volkswagen vai oferecer versões equipadas com o motor 1.5 TSI Evo2, uma evolução do 1.4 TSI, já convertido para flex.

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Também da família EA211, o 1.5 TSI Evo2 opera em ciclo Miller e traz melhorias como turbo de geometria variável, maior pressão de injeção, catalisador de três vias e filtro de partículas do combustível realocado para perto do motor, em um módulo unificado de controle de emissões. Por fim, possui gerenciamento ativo de cilindros, que desativa até dois cilindros a cargas baixas ou médias a fim de economizar combustível.

Nas versões mais caras do novo Nivus nacional, esse motor será usado em configuração híbrida leve de 48V, com cerca de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque. Na base, o projeto Saga pode manter o motor 200 TSI 1.0 turbo de 128 cv, sem eletrificação.

Uma apuração surpreendente de nossa reportagem e publicada em primeira mão, é que tanto o motor 1.5 TSI Evo2 quanto o sistema elétrico de baixa e alta tensão usado nos SUVs híbridos chegarão primeiramente importados do México. A nacionalização da produção na fábrica de motores de São Carlos (SP) está prevista apenas para 2031. E deve incluir tanto o conjunto elétrico quanto o sistema de transmissão.

O desenho do projeto Saga novo Nivus ainda é um mistério, pelo menos para quem não trabalha diretamente no desenvolvimento. No entanto, certo é que o modelo terá identidade local, com visual assinado pela equipe do brasileiro JC Pavone, “pai” do primeiro Nivus, do Tera e também do próximo T-Cross.

A projeção de João Kleber Amaral mostra elementos como a caixa de roda traseira alargada, lanternas mais estreitas e com um filete ligando as peças e coluna C com uma tira da mesma cor da carroceria.

Podemos esperar alguns elementos do T-Roc, mas com diversas alterações. Em entrevista exclusiva, o CEO global da Volkswagen, Thomas Schäfer, foi só elogios ao time de design da filial brasileira.

“Temos reuniões regulares sobre nosso design global, nas quais os times trazem ideias e nós as colocamos em discussão. Sempre que o time do Brasil participa, é muito divertido, porque eles são tão entusiasmados… Eles realmente vivem a marca e a levam para o coração, sabe? Adoro eles, são fantásticos”, afirmou.

Um detalhe (muito) importante é que existe a possibilidade de que o novo Nivus conviva com a geração atual, que segue vendendo muito bem. Logo, com um projeto mais antigo pago, não seria improvável que a Volkswagen o mantivesse em linha e escolhesse um novo nome para o projeto Saga. Assim, conseguiria subir o novo SUV e faixa de preços.

Para produzir carros híbridos flex em São Bernardo do Campo (SP), a Volkswagen trará ao Brasil a plataforma MQB Evo e a motorização 1.5 TSI Evo2 MHEV e HEV do novo T-Roc europeu. Inclusive, toda a base estrutural será aproveitada do chamado “SUV do Golf”, em uma estratégia similar à da Renault com o Boreal em relação ao Dacia Bigster.

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Fonte: direitonews

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