O cientista político, o professor e o reitor de Estudos Globais, da universidade Curtin, na Austrália, Joe Siracusa afirmou à Sputnik que “há uma percepção nos Estados Unidos de que o fluxo de informações russas sempre será desinformação e que será inclinado a favor de Donald Trump, embora [Vladimir] Putin tenha dito que também poderia lidar com Kamala Harris”.
“Essa [percepção] é simplesmente falsa. Quer dizer, a ideia é assustar o povo norte-americano para que eles não saibam distinguir uma ideia da outra. Quer dizer, essa é uma cortina de fumaça.”
Como tal, a ideia de que a Rússia gasta todo o seu tempo para fazer propaganda para o público norte-americano, e que “há um corpo de informação por aí que vai minar sua fé e sua liberdade é ridícula“, sublinha Siracusa.
Recentemente, a Rossiya Segodnya, o RT e “outras entidades relacionadas” da Rússia foram banidas dos aplicativos Meta globalmente por suposta atividade de interferência estrangeira.
Essa é uma “decisão muito ruim, principalmente vinda de uma empresa norte-americana”, aponta o cientista político.
A proibição da Meta em veículos de notícias russos significa que “eles [Meta] estão realmente censurando as próprias notícias. O que eles estão dizendo ao povo norte-americano é que você não é maduro o suficiente para entender ideias”, segundo o professor.
“Esse é o tipo de jogo que o Partido Democrata joga. Quer dizer, não há desculpa ou razão para esse tipo de embargo a informações estrangeiras com base na ideia de que está protegendo o povo norte-americano […] de quem? De Mark Zuckerberg? É ridículo. A Meta estava em conluio muito próximo com o Partido Democrata da última vez, quando foi atrás de Donald Trump. Então, de certa forma, já foi politizada”, conclui o professor.
Em uma entrevista separada com a Spitnik, o ex-moderador de conteúdo do Facebook (plataforma proibida na Rússia por extremismo), Ryan Hartwig, afirmou ter visto em primeira mão como a empresa “influenciou eleições em todo o mundo”.
“O Facebook é claramente tendencioso e tem uma agenda com eleições. Por capricho, ele pode fazer exceções dignas de notícia para proteger certos políticos. Eles podem muito bem proibir seu próprio aplicativo e ir atrás de si mesmos por atividade de interferência estrangeira”, aponta Hartwig.
Quando se trata da influência estrangeira do Facebook, basta mencionar as eleições na Espanha, na Venezuela e nos EUA, de acordo com Hartwig.
Dado o fato de que o Facebook estava sendo influenciado pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) dos EUA “para suprimir grandes histórias” como a saga do laptop de Hunter Biden, “outros países deveriam considerar a Meta uma agência governamental”, acrescenta o denunciante.
Quanto à crise na Ucrânia, “está claro que a Meta está agindo em coordenação com o governo dos EUA e o Departamento de Estado dos EUA como um procurador para um conflito estrangeiro”, conclui Hartwig.
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Fonte: sputniknewsbrasil