O programa do governo que concede descontos ao carro popular não deve durar muito e pode acabar já no início de julho. Durante entrevista coletiva em Brasília, o presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, anunciou que a medida poderá incrementar as vendas em mais de 200 mil veículos, mas não será renovada.
Atualmente o estoque de carros 0 km nos pátios das fabricantes e nas concessionárias fica entre 150 mil e 200 mil unidades. Destes, de 100 mil a 120 mil podem ser vendidos com os descontos previstos no plano do governo, utilizando os R$ 500 milhões em créditos disponibilizados pelo programa.
Esse incremento no volume de produção e venda por incentivo do governo deve acontecer até, no máximo, julho. Leite afirma que houve adesão de nove fabricantes ao programa, que se inscreveram para utilizar os créditos tributários do governo e oferecer descontos em seus veículos.
Cada fabricante tem direito a usar até R$ 10 milhões em créditos e, assim que esse valor esgotar, pode solicitar por créditos adicionais em lotes de R$ 10 milhões. De acordo com a Anfavea, seis das nove empresas já pediram uma rodada extra de créditos: Volkswagen, Chevrolet, Hyundai, Fiat, Peugeot e Renault.
Com a rápida adesão das fabricantes ao programa, o governo e a associação acreditam que o plano de incentivo deve durar em torno de 30 dias, mesmo com o tempo de validade da Medida Provisória ser de quatro meses. Assim, deverá valer até o início de julho.
“Então, essa estimativa de 30 dias que foi dada pelo presidente faz muito sentido. É provável que em trinta dias os recursos acabem e neste momento não vemos espaço para a renovação por mais um período“, disse o presidente da Anfavea.
De qualquer forma, a associação entende que o plano é de curto prazo e, para que as vendas se mantenham em alta e a produção não pare, é necessário que haja facilidade de crédito e juros mais baixos. A Anfavea acredita que a taxa de juros será reduzida nas próximas semanas.
No último dia 6 de junho, o governo federal publicou a Medida Provisória 1.175, que concede créditos tributários a fabricantes de carros, ônibus e caminhões para que a empresas concedam descontos em seus veículos. O valor do crédito chega a R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 500 milhões para automóveis e comerciais leves, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus.
O programa prevê três critérios para participação. O primeiro deles é o preço de venda, que não poderá ser superior a R$ 120 mil. Além disso, são levados em conta:
Por exemplo, um carro flex que tem gasto energético de menos de 1,40 MJ/km, custa menos de R$ 70 mil e tem mais de 75% de suas peças nacionais, soma 95 pontos e é credenciado a receber a maior fatia de desconto, de R$ 8 mil.
A MP prevê pontuação maior para modelos movidos a etanol do que para carros flex, que podem ser abastecidos com qualquer mistura de etanol e gasolina. Porém, não há modelos vendidos no Brasil que utilizam motores do tipo. Veículos movidos somente a gasolina não são citados, mas não existem também nessa faixa de preço.
O consumo de energia é apresentado em megajoule por quilômetro percorrido (MJ/km), calculado pela relação entre a densidade energética do combustível (em MJ/l) e a autonomia do veículo (em km/l). É a mesma fórmula usada pelo Inmetro no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, o PBEV.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews