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A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou o professor Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma, após um vídeo viral mostrar ambos imitando macacos durante uma roda de samba no Centro do Rio de Janeiro. O incidente ocorreu em julho e gerou ampla repercussão nas redes sociais.
De acordo com a delegada Rita Salim, responsável pela investigação, o comportamento registrado no vídeo configurou um ato de discriminação racial. “A dança imitando um macaco faz referência a um racismo histórico, associando pessoas negras a animais, o que tem o efeito de desumanizá-las”, afirmou a delegada à TV Globo.
O vídeo foi filmado por uma amiga do casal durante o evento e posteriormente compartilhado nas redes sociais, o que gerou críticas de diversas pessoas e grupos. Na gravação, Thiago e Carolina participam de uma performance na qual imitam vários animais, incluindo macacos, o que gerou controvérsias sobre a intenção por trás do ato.
Em depoimento à polícia, Thiago, que mora em São Paulo e estava no Rio para um fórum de educação musical, afirmou que a imitação de animais, incluindo o macaco, fez parte de uma apresentação espontânea e criativa, sem intenção de ofender ou discriminar. “Durante a dança, imitamos vários animais, como caranguejos, pássaros, elefantes e macacos, e nossa intenção não era de forma alguma discriminatória”, explicou Thiago.
Porém, a delegada Rita Salim destacou que, independentemente da intenção, a imitação de macacos, especialmente em um contexto histórico de discriminação racial, configura o que é conhecido como “racismo recreativo”. A delegada salientou que, segundo a legislação brasileira, este tipo de comportamento é considerado crime, mesmo quando realizado em tom de brincadeira. “A liberdade de expressão tem limites quando se trata do respeito à dignidade de outros”, afirmou Salim.
A defesa de Carolina de Palma, por sua vez, sustentou que a dança realizada por ela não possuía conotação discriminatória. Segundo os advogados da argentina, ela também imitou outros animais, como pássaros e caranguejos, e a imitação de um macaco não deveria ser interpretada como um ato de racismo.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que deverá analisar o caso e decidir se as acusações de racismo prosseguem. A pena para o crime de racismo no Brasil varia de 3 a 5 anos de prisão.
Thiago relatou ainda que não foi interrompido durante a dança e que só pararam de se apresentar quando perceberam que o celular de uma amiga havia sido furtado. Segundo ele, o vídeo que causou a controvérsia foi editado, mostrando apenas a parte em que ele e Carolina imitavam um macaco e uma árvore, o que, na visão de Thiago, distorceu o contexto da performance.
Fonte: gazetabrasil