Professor conscientiza comunidade sobre câncer colorretal


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), projeta-se que mais de 45 mil novos casos surgirão no país até 2025 – do quais quase 22 mil em homens e 23 mil em mulheres –, um risco estimado em 21,10 casos por 100 mil habitantes. O Inca também mostra um aumento de hospitalizações decorrentes de câncer colorretal em 21 estados da federação em 2022.

O professor e médico especialista em cirurgia oncológica, William Camarço, da Universidade Federal do Mato Grosso, explica o crescimento do número de internações e mortes no Brasil e em Mato Grosso. Ao contrário do que os elevados números aparentam indicar, o oncologista ressalta a relevância de uma taxa maior de diagnósticos nesses dados. 

Março recebe a cor azul marinho em campanha pela conscientização sobre a doença que já ocupa o segundo lugar nos tipos de tumor mais presentes em homens e mulheres.

Crescimento no número de casos

Segundo o professor, uma das hipóteses para o aumento dos casos e das internações relacionados ao câncer colorretal está no que chama de “ocidentalização dos hábitos de vida”, ou seja, o consumo de carnes ultraprocessadas e a falta de atividade física, que se associa à obesidade como fator de risco.

“Tem uma outra coisa que contribui também para esse crescimento, que é o melhor acesso à saúde. No passado, as pessoas morriam frequentemente sem diagnóstico, exatamente por causa da falta de acesso. Era comum ouvir falar que alguém ‘morreu de barriga d’água’, o que podia ser muitas coisas. Podia ser só esquistossomose, mas também um câncer avançado”, complementa.

Conforme divulgado pelo Inca, entre 2020 e 2022 em Mato Grosso houve um aumento de 51% nas hospitalizações por câncer colorretal, entretanto o médico defende como a explicação para esses números a melhora no acesso à saúde e no diagnóstico, visto que “a população não cresceu proporcionalmente nesse intervalo igual aos internamentos e não teve uma explosão no número de casos de câncer colorretal.” 

A colonoscopia 

As associações médicas recomendam, para o público de forma geral, que se comece a realizar o exame a partir dos 45 anos de idade, entretanto há casos em que se faz necessário fazer o exame mais cedo. 

“Se eu tenho um parente de primeiro grau que teve um câncer de cólon ou de reto numa idade de 50 anos para baixo, o ideal é que eu comece a fazer a colonoscopia 10 anos antes da idade que tinha este parente quando foi diagnosticado”, exemplifica o professor.

Para além da colonoscopia, que é um exame mais invasivo e mais caro, existe também a opção de realizar a pesquisa de sangue oculto nas fezes, exame feito por meio da coleta de fezes somente, sendo assim mais acessível e menos desconfortável para o paciente. Entretanto, Willian ressalta que, enquanto a colonoscopia será repetida em apenas de 5 a 10 anos após a primeira vez, para a pesquisa de sangue oculto é necessária a repetição uma vez por ano e, caso o resultado seja positivo, deve ser feita colonoscopia inevitavelmente.

Quando se fala em exames e cirurgias, é comum que a primeira preocupação seja com relação à segurança do paciente. O médico e professor tranquiliza, todavia, ao garantir o baixo risco do exame que, para além de servir como uma forma de diagnóstico, ainda previne devido à capacidade de retirar pólipos. Em caso de cirurgia, que só pode ser realizada na fase ainda inicial do câncer, William Camarço assegura que o procedimento não só é seguro, como também leva o paciente à cura.

No dia 27 de março é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Colorretal como forma de alertar a população sobre os riscos e as formas de se prevenir contra o tumor. 

Fonte: ufmt

Anteriores Prefeitura doa área para construção do Complexo de Saúde
Próxima UFMT contrata professor substituto na área de computação